O número de homicídios ocorridos em Mato Grosso do Sul durante os primeiros dias de outubro já é maior do que o mês inteiro do ano passado. Do dia 1º até este sábado (8), a média é de mais de uma morte violenta por dia. Ao todo 11 pessoas foram assassinadas, enquanto durante os 30 dias de outubro de 2021 foram nove.

Em relação aos óbitos mais recentes, a forma como as vítimas foram mortas é o que mais choca a população. De membro do PCC baleado após confronto com a polícia à carbonizado com mãos algemadas, a violência utilizada nos assassinatos aumentou consideravelmente, e na maioria das vezes envolve uso de arma de fogo.

Conforme dados do banco de dados da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública), Mato Grosso do Sul registrou 327 ocorrências de homicídio doloso – quando há intenção de matar – durante todo os oito meses de 2022. Até agora, o mês que mais concentrou mortes violentas foi o de janeiro, com 45 casos.

Mesmo que o ano ainda não tenha acabado, os dados apontam que 2022 já é considerado mais violento do que 2021. Entre janeiro e setembro deste ano foram 316 homicídios no estado, 92 deles somente na Capital. No mesmo período do ano passado, foram 310, sendo 73 na Capital.

Corpo foi encontrado na região conhecida como ‘corredor do Nova Lima’ (Foto; Danielle Errobidarte)

Coincidências

Na última segunda-feira (3), duas mortes ocorridas na região da Avenida Guaicurus, somam além das estatísticas, coincidências entre si. ‘Magrelo’, como era conhecido Leandro Gonçalves Martinez, e Lucas Andrade Menezes, foram mortos ambos a tiros e já respondiam por outros dois assassinatos distintos.
Leandro, vulgo ‘Magrelo’, era suspeito da morte de Felix Ruben Martinez Fernandes, em julho de 2020.

Magrelo foi morto a tiros enquanto carpia o quintal na Vila Aimoré. Já Lucas foi morto em frente a sua conveniência, no Bairro Universitário, e chegou a se apresentar na delegacia como autor do assassinato de Igor Pereira Duarte, morto no natal de 2019, mas o processo foi impronunciado pelo Judiciário.

Outras coincidências ocorreram nos dois assassinatos registrados pela Polícia Civil nesta sexta-feira (7): as duas vítimas morreram após confronto com policiais. Alexandre dos Santos Silva morreu na cidade de Ponta Porã após desobedecer à ordem de parada da Polícia Militar e apontar um fuzil em direção à guarnição. Ele foi atingido no pescoço e não resistiu, morrendo no local.

Catraca do PCC agia com bando de 13 criminosos e fugiu para Sonora
Geral do PCC, Catraca era conhecido por cometer crimes violentos na região de Sonora. (Reprodução, Facebook)

Na manhã de ontem (7) uma operação policial terminou na morte de Gilso Lúcio de Souza Araújo, conhecido como ‘Catraca’, apontado como líder da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), na cidade de Sonora. Os policiais investigavam um roubo a uma loja em Pedro Gomes, que Catraca era suspeito de ter participado. O prejuízo foi de aproximadamente R$ 200 mil em relógios importados e perfumes.

Outras mortes

Na manhã de quinta-feira (6) Mikael Douglas Sobrinho foi encontrado morto com o corpo parcialmente carbonizado e as mãos algemadas para trás no Bairro Nova Lima, em Campo Grande. Além disso, a Polícia Civil identificou que ele foi atingido com um tiro no ombro e, provavelmente, desovado na região conhecida como ‘corredor do Nova Lima’.

O homicídio mais recente é o de Eli Matias, de 36 anos, morto com 14 facadas por um homem que seria o amante de sua esposa, no Bairro Noroeste, em Campo Grande. O autor contou à Polícia Militar que foi flagrado com a esposa da vítima, mas não sabia que ela era casada. A princípio, a mulher chegou a dizer que Eli teria sido roubado. O autor também ficou ferido e está sob escolta na Santa Casa.