Indígenas relatam falta de ordem judicial em desocupação e Sejusp alega situação de flagrante

Secretário esclareceu que não é necessária ordem neste caso

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Foto: Leitor Midiamax

A reintegração de posse em uma fazenda de Amambai, cidade distante 352 quilômetros de Campo Grande, que acontece nesta sexta-feira (24) com registro de confronto entre policiais e indígenas, levantou questionamento sobre necessidade de ordem judicial. A princípio, a situação não exige o documento.

Conforme o secretário Antônio Carlos Videira, da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), neste caso não é necessária ordem judicial “em razão de ser crime comum contra o patrimônio, que está em situação de flagrante”. Povos Guarani Kaiowá relataram nas redes sociais que a retomada do território de Guapoy aconteceu na quinta-feira (23).

“Por razões de os indígenas já terem sofrido ataques anteriormente — na primeira retomada —, eles temem que fazendeiros possam forçar um novo despejo”, diz o texto. Para os Guarani Kaiowá, Guapoy é parte de um território tradicional que, segundo eles, lhes foi roubado quando houve a subtração de alguns hectares da reserva de Amambai.

Na manhã desta sexta, equipes do Batalhão de Choque se deslocaram de Campo Grande para Amambai, para reintegração de posse da propriedade rural. Segundo os policiais, eles teriam sido recebidos a tiros e houve confronto. A Sejusp confirmou que três militares foram feridos, mas sem gravidade, além de também 6 indígenas que foram atingidos por disparos.

O MPF (Ministério Público Federal) informou que está acompanhando o caso.

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