Há 1 ano, mãe e filha eram assassinadas e autor usou selo da Polícia Federal em carro durante execução

Ao se entregar, ele disse que queria “apenas dar um susto” nas vítimas por uma dívida que era cobrado

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Autor se entregou à polícia e confessou o crime. (Foto: Arquivo Midiamax)

Há um ano, Rosenilda Rodrigues Maciel, de 54 anos, e Andréia Rodrigues Maciel, de 24 anos — mãe e filha, respectivamente — eram assassinadas a tiros, em Antônio João, cidade a 398 quilômetros da Capital. O crime ocorreu no dia 4 de junho de 2021 e o autor, Jorcy Marques Ortiz, de 52 anos, se entregou à polícia dias depois, quando confessou o crime.

Jorcy enviou uma mensagem de áudio em um grupo de sua família confessando o duplo feminicídio. Ele disse que queria “apenas dar um susto nas duas”, porque elas “insistiam em cobrar uma dívida que ele já tinha pagado”. A dívida é referente à venda de uma propriedade rural, que segundo Rosenilda foi paga com um cheque sem fundos.

Ele nega a dívida e disse que tem inclusive o recibo de quitação assinado pela vítima. “Ninguém vai assinar um recibo sem receber. Tá ok. Só que daí cada vez que enchia a cara, se drogava e vinha na minha casa me chamar de ladrão pra todos os vizinhos ver. Ai deu no que deu. Aconteceu, não era para ser assim. No meu intuito não era pra ser assim, era só para assustar só, mas aí aconteceu isso aí, no impulso”, disse.

Ele também foi investigado por ter usado um selo da Polícia Federal no carro em que usou para a execução. Jorcy chegou a ficar foragido após o crime, na tentativa de escapar do flagrante, imaginando que responderia ao crime em liberdade após 48 horas. Ele também é acusado de render um motorista de ônibus escolar, que transportava 15 alunos, de 6 a 15 anos, no dia 26 de agosto de 26 de agosto de 2008.

O autor também tem passagens na cidade de Bela Vista, quando no dia 11 de novembro de 2009 foi considerado como suspeito pela morte de dois irmãos. Na época do crime contra o ônibus que carregava os alunos, Jorcy rendeu o motorista com uma arma, exigiu que ele entregasse a CNH (Carteira Nacional de Habilitação), alegando que ele “estava embriagado”.

O processo corre em sigilo e teve audiência no dia 20 de setembro de 2021, quando ficou determinado que as partes deveriam apresentar alegações finais para que fosse definida a sentença. Entretanto, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) solicitou ofício para que o laudo necroscópico da vítima fosse anexado, no dia 10 de outubro do mesmo ano.

O laudo só foi juntado aos autos no dia 30 de maio deste ano, e aguarda a apresentação das alegações finais pelo Ministério Público. À época, o delegado responsável pelo caso afirmou que Jorcy poderia pegar até 60 anos de prisão, caso condenado pelos dois feminicídios e uso do selo da PF.