Sargento condenado à exclusão da PMMS por corrupção quer recorrer em liberdade
Ele também é acusado de peculato
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Após ter pedido de revogação da prisão preventiva negado, defesa do policial militar Wilgruber Valle Petzold entrou com agravo, para garantir que o réu pudesse recorrer em liberdade. Petzold foi condenado à exclusão da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) por crimes de corrupção e peculato.
Atualmente no Presídio Militar, Wilgruber tentou garantia de recorrer da condenação em liberdade, após ter pedido de revogação da prisão preventiva negado. Em acórdão, desembargadores da 1ª Câmara Criminal negaram o pedido nesta semana, mantendo o réu preso.
Conforme a decisão, o militar permaneceu preso durante toda ação penal, sem fatos novos que garantam direito de recorrer em liberdade. Ainda de acordo com os desembargadores, foi levada em conta a gravidade das condutas praticadas pelo réu, enquanto membro da PMMS, em razão do cargo.
Os crimes cometidos teriam colocado em dúvida a credibilidade da própria instituição. Também por ter respondido a todo processo preso, não se mostra razoável que recorra em liberdade. Assim, o pedido foi negado.
Condenação
No dia 16 de abril, foi publicada no Diário Oficial da Justiça a condenação de exclusão do policial militar Wilgruber, em processo sigiloso que trata do crime de corrupção passiva. Wilgruber já é réu em outros processos e também já foi condenado por crimes envolvendo recebimento de propina e interceptação de cargas.
Por se tratar de processo que tramita em segredo de Justiça, não há detalhes sobre a denúncia oferecida. No entanto, na publicação consta que Wilgruber foi condenado por peculato, crime cometido por mais de sete vezes. Ele deverá cumprir pena de 7 anos e 6 meses de reclusão, em regime fechado.
Além disso, o militar foi condenado à pena de exclusão dos quadros da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, não podendo apelar em liberdade porque a prisão preventiva ainda se mostra necessária. Na mesma sentença, outros seis policiais militares foram absolvidos de crimes como peculato, concussão e associação criminosa por falta de provas.
PMs que atuavam no contrabando
Em julho de 2019, foi deflagrada a Operação Trunk, após a Polícia Federal descobrir que um militar havia cobrado R$ 200 mil para liberar a carga de cigarros em 2018. Ainda conforme a polícia, ele teria agido em conjunto com Wilgruber e outros dois policiais.
Já em novembro do mesmo ano, o grupo teria interceptado uma carga de essência de narguilé e liberado o motorista, informando no boletim de ocorrência que ele teria fugido. Então, em 23 de fevereiro de 2019, o mesmo grupo apreendeu uma carga de brinquedos e artigos de pesca, levados por um motorista sem a documentação necessária.
Também não foi feito boletim de ocorrência e os policiais se apropriaram dos bens. Já em 12 de março de 2019, os mesmos militares também forjaram uma fuga de dois criminosos. Tal ato mais tarde resultaria no cumprimento de 52 mandados pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) na Operação Piromania.
Então, em julho, ocorreu a Operação Trunk e, mesmo assim, em 4 de setembro de 2019 o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) aponta que Wilgruper e outros dois policiais detiveram uma carga na BR-060. Assim, o motorista transportava aparelhos eletrônicos sem nota fiscal e teve a carga apreendida, sem que o boletim de ocorrência fosse elaborado.
Com isso, o homem desconfiou e procurou a Corregedoria da Polícia Militar, o que acabou resultando em uma operação em 26 de setembro de 2019, pela própria Polícia Militar. Esta, denominada Ave Maria, prendeu seis militares que estariam envolvidos nos esquemas de corrupção, interceptação das cargas e recebimento de propinas.
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