Nesta sexta-feira (16), foi publicada no Diário Oficial da Justiça a condenação de exclusão do policial militar Wilgruber Valle Ptzold, em processo sigiloso que trata do crime de corrupção passiva. Wilgruber já é réu em outros processos e também já foi condenado, por crimes envolvendo recebimento de propina e interceptação de cargas.

Por se tratar de processo que tramita em segredo de Justiça, não há detalhes sobre a denúncia oferecida. No entanto, na publicação consta que Wilgruber foi condenado por peculato, crime cometido pelo menos mais de sete vezes. Ele deverá cumprir pena de 7 anos e 6 meses de reclusão, em regime fechado.

Além disso, o militar foi condenado à pena de exclusão dos quadros da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, não podendo apelar em liberdade porque a prisão preventiva ainda se mostra necessária. Na mesma sentença, outros seis policiais militares foram absolvidos de crimes como peculato, concussão e associação criminosa por falta de provas.

PMs que atuavam no contrabando

Em julho de 2019 foi deflagrada a Operação Trunk, após a Polícia Federal descobrir que um militar havia cobrado R$ 200 mil para liberar a carga de cigarros em 2018. Ainda conforme a polícia, ele teria agido em conjunto com Wilgruber e outros dois policiais.

Já em novembro do mesmo ano, o grupo teria interceptado uma carga de essência de narguilé e liberado o motorista, informando no boletim de ocorrência que ele teria fugido. Então, em 23 de fevereiro de 2019, o mesmo grupo apreendeu uma carga de brinquedos e artigos de pesca, levados por um motorista sem a documentação necessária.

Também não foi feito boletim de ocorrência e os policiais se apropriaram dos bens. Já em 12 de março de 2019, os mesmos militares também forjaram uma fuga de dois criminosos. Tal ato mais tarde resultaria no cumprimento de 52 mandados pelo (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) na Operação Piromania.

Então, em julho ocorreu a Operação Trunk e, mesmo assim, em 4 de setembro de 2019 o (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) aponta que Wilgruper e outros dois policiais detiveram uma carga na BR-060. Assim, o motorista transportava aparelhos eletrônicos sem nota fiscal e teve a carga apreendida, sem que o boletim de ocorrência fosse elaborado.

Com isso, o homem desconfiou e procurou a Corregedoria da Polícia Militar, o que acabou resultando em uma operação em 26 de setembro de 2019, pela própria Polícia Militar. Esta, denominada Ave Maria, prendeu seis militares que estariam envolvidos nos esquemas de corrupção, interceptação das cargas e recebimento de propinas.