Família acredita que morto pela PM no Tijuca cometeu crime por causa de drogas

Cleyton estava trabalhando e falava em liberdade

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Terreno onde Clayton morreu em confronto com os policiais
Terreno onde Clayton morreu em confronto com os policiais

“A droga faz isso com a pessoa, droga e as amizades”, este foi o relato da enteada de Cleyton Pereira de Lima, de 32 anos, que o considerava como pai. Aos 19 anos, ela viu ele morrer em confronto com policiais militares no Tijuca no fim da noite desta sexta-feira (10), após ele se envolver no roubo de um carro.

Adrielle contou ao Midiamax que por volta das 18 horas estava em casa quando o padrasto chegou, perguntando se o marido dela poderia levá-lo a um lugar. No entanto, a resposta foi negativa. Mesmo assim, Cleyton saiu de casa e a enteada permaneceu na residência.

No fim da noite, o irmão de Adrielle foi para casa e disse “vai buscar a mãe”, na intenção que ela saísse. Isso, porque a princípio ele já teria visto Clayton chegar com o carro roubado e sabia que alguma coisa estava errada. O irmão saiu do local, quando a enteada já escutou os três disparos.

Cleyton morreu no terreno aos fundos da casa, segundo a polícia após atirar contra os militares e eles revidarem. Adrielle esclareceu que o padrasto não estava foragido e que cumpria pena em regime aberto. Ele estava trabalhando e comparecia em juízo, assinando termo quinzenalmente.  

“Ele não era uma pessoa má. Ele falava em liberdade, liberdade é tudo. Ele saiu com a ideia de mudar e criar uma família”, contou a jovem. Sobre o crime, ela disse acreditar que o padrasto possa ter cometido por causa de drogas. Cleyton deixou os enteados e ainda dois netos, de três anos e 11 meses.

Roubo do veículo

Conforme relato do funcionário da Solurb, ele atua como assistente operacional e foi chamado para ir até a Vila Jacy. Ele estava na Fiat Strada, quando parou o veículo na Avenida Bandeirantes para colocar o endereço do atendimento no GPS e percebeu uma Blazer escura parada ao lado.

Enquanto digitava o endereço, um homem desceu da Blazer e foi em direção à vítima, apontando um revólver e anunciando o assalto. O funcionário foi obrigado a sair do veículo e entregar também carteira e celular. O assaltante fugiu na Strada e um comparsa seguiu com a Blazer.

Polícia Militar foi acionada e foi possível rastrear o veículo, no cruzamento das ruas Javaés e Cabo Verde, no Tijuca. Cleyton estava escondido em um terreno nos fundos da casa e o local foi cercado por equipes policiais. Os militares encontraram o autor, que teria feito um disparo de arma de fogo.

Os policiais revidaram e Cleyton foi atingido. Ele ainda foi levado ao Hospital Regional, mas não resistiu. Com ele, foi apreendido o revólver calibre 38, com 5 munições, sendo duas intactas, duas picotadas e uma deflagrada.

O caso é tratado como roubo majorado pelo emprego de arma de fogo, homicídio decorrente de oposição à intervenção policial e tentativa de homicídio contra autoridade de Segurança Pública.

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