Casal, de 21 e 28 anos, procurou a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) para relatar que também teria sido vítima do dono de uma agência de modelos, denunciado na segunda (6) por filmar uma modelo. Os fatos teriam ocorrido da mesma forma, com vídeos gravados por um notebook, de maneira escondida, enquanto as vítimas faziam as trocas de roupa.

Segundo relato da jovem de 21 anos, ela e o marido decidiram fazer o ensaio da gravidez e procuraram a agência, que fica na Rua Rui Barbosa, em junho. No ensaio, ela percebeu o notebook com a tela apagada e a luz da câmera piscando e questionou o dono da agência, que é o fotógrafo. Ele disse que o notebook estava ligado para tocar música.

Na hora da troca de roupa, eles perguntaram onde ficava o banheiro e o suspeito disse para eles trocarem ali mesmo no local das fotos, que ele fecharia uma cortina. O casal acabou aceitando e se trocou, sem a presença do fotógrafo, mas com o notebook apontando em direção a eles.

Por fim, o fotógrafo ainda pediu para tirar uma foto com eles, fato que deixou as vítimas desconfortáveis e desconfiadas. Após as notícias divulgadas nesta semana, eles se lembraram do ocorrido e procuraram a polícia, acreditando que também possam ter sido filmados.

Os casos são investigados como registro não autorizado de intimidade sexual.

Primeira denúncia

Na segunda-feira (6), modelo de Campo Grande acionou a Polícia Militar após perceber que estava sendo filmada no provador da agência. Em desabafo nas redes sociais, a modelo contou que foi até a agência para renovar as fotos do portfólio.

“Nunca tive motivos para desconfiar dessa agência”, declarou. Após aproximadamente 5 trocas de roupas, depois de fazer várias fotos, ela desconfiou de um notebook que estava na sala de provador. Segundo a vítima, o aparelho estava ligado, tocando música.

No entanto, ela percebeu a luz verde da câmera ligada, quando foi olhar o notebook e encontrou o aplicativo da câmera, que estava aberto e gravando a vítima. Ela contou ainda que tudo tinha sido gravado, desde a hora que ela chegou. “Deu para ver o dono da agência ajeitando a câmera, pelas gravações”, afirmou.

A modelo chamou a irmã que também estava na agência e elas gravaram as imagens pelo celular, como prova do ocorrido. Em seguida, acionaram a assessora, que chamou a Polícia Militar. “Passamos medo, porque só estávamos nós e o dono da agência”. Os policiais conduziram o homem para a Deam, onde foi registrado boletim de ocorrência.

A modelo ainda declarou que iria fazer fotos com a filha naquele dia. “Podia ter trocado as roupas dela ali sem perceber, graças a Deus não deu tempo”, disse.