Levadas a SP por MS, bolivianas mantidas como escravas são resgatadas pela PF
Duas bolivianas foram resgatadas na última semana pela Polícia Federal em São Paulo, durante uma força tarefa contra o tráfico de pessoas. Elas são irmãs e foram traficadas por um empresário, entrando por Mato Grosso do Sul, atravessando um riacho que divide os territórios e dá acesso a Corumbá, a 444 quilômetros de Campo Grande. […]
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Duas bolivianas foram resgatadas na última semana pela Polícia Federal em São Paulo, durante uma força tarefa contra o tráfico de pessoas. Elas são irmãs e foram traficadas por um empresário, entrando por Mato Grosso do Sul, atravessando um riacho que divide os territórios e dá acesso a Corumbá, a 444 quilômetros de Campo Grande. Depois foram levadas para São Paulo (SP) onde realizavam cerca de 15 horas de serviço por dia.
Conforme as informações da PF, as irmãs de 22 e 19 anos trabalhavam em uma oficina de costura que confeccionava peças de vestuário para uma loja de varejo, localizada no bairro do Brás, na capital paulistana. Com jornadas de trabalho que começavam às 7h e se estendiam até 22h, e tendo recebido valores inferiores à metade de um salário mínimo durante dois meses, as trabalhadoras sofreram restrições à sua locomoção em por terem entrado ilegalmente no país e também pela pandemia, usado como argumento para que permanecessem todo o tempo na própria oficina de costura.
A apuração mostra que o dono da oficina de costura, localizada na zona leste da cidade de São Paulo, foi responsável pelo ingresso das irmãs no país. Acompanhadas por ele desde Cochabamba, na Bolívia, onde residiam e haviam sido contratadas, elas entraram no Brasil atravessando um riacho que divide os territórios.
Neste dia, a fronteira entre os dois países foi fechada por conta da pandemia do coronavírus (covid-19). Em Corumbá, embarcaram em ônibus até a capital paulista, iniciando seu trabalho no mesmo dia em que chegaram. O dono da oficina foi preso em flagrante e depois liberado na audiência de custódia, respondendo ao processo em liberdade.
Resgatadas, as jovens migrantes se encontram acolhidas em local seguro. Embora tenham direito a solicitar residência permanente no Brasil, uma vez que foram submetidas ao trabalho escravo e ao tráfico de pessoas, as trabalhadoras aguardam somente a finalização dos trâmites burocráticos necessários para seu retorno à Bolívia.
Ainda, conforme a PF, responsabilizada como empregadora, a loja de varejo efetuou os pagamentos das verbas rescisórias e indenizações devidas às trabalhadoras e, ainda, custeará o regresso das irmãs ao país de origem.
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