Ex-membro do PCC, Lúcifer já passou por presídio de Campo Grande e confessou ter matado 48 presos
Marcos Paulo da Silva, conhecido como Lúcifer, foi preso em 1995 por furto e roubo. A pena que chegaria a no máximo 4 anos de prisão perdura por 25 anos. Considerado um dos mais perigosos do país, todos os 48 assassinatos cometidos por ele foram no interior das celas por onde passou. Durante sua passagem […]
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Marcos Paulo da Silva, conhecido como Lúcifer, foi preso em 1995 por furto e roubo. A pena que chegaria a no máximo 4 anos de prisão perdura por 25 anos. Considerado um dos mais perigosos do país, todos os 48 assassinatos cometidos por ele foram no interior das celas por onde passou. Durante sua passagem pelo Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, a precisão com que assassinava seus rivais chegou a ser “comprada” pelo maior rival de Lúcifer, a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), para executar o chefe e fundador da FDN (Família do Norte), também preso na Capital. Sua pena ultrapassa 217 anos.
A Operação Echelon, do MP-SP (Ministério Público de São Paulo), que cumpriu mandados em 2018 na Capital, prendeu 75 pessoas pelo crime de organização criminosa. Além disso, um bilhete foi interceptado na cela onde Lúcifer segue preso, na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, em São Paulo.
O bilhete revelou que, em 2017, quando Lúcifer estava no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, havia a intenção de usá-lo para assassinar José Roberto Fernandes Barbosa, conhecido como Zé Barbosa da Compensa, chefe e fundador da FDN (Família do Norte). O mandante do assassinato era o PCC, facção a qual Lúcifer entrou no seu segundo ano de prisão, ainda em São Paulo, aos 19 anos, e saiu treze anos depois para fundar sua própria organização criminosa, a Cerol Fininho. Entretanto, Compensa foi transferido de cela logo após o bilhete ter sido interceptado pelas autoridades.
A Cerol Fininho
A Irmandade de Resgate do Bonde Cerol Fininho foi fundada em 2008 por Lúcifer. O nome faz referência às linhas de pipa, que têm vidro em sua composição, altamente cortantes. Em depoimento à Justiça, ele afirmou que havia matado 48 presos. Segundo Lúcifer, o PCC “se desvirtuou e passou a visar apenas o lucro e o capitalismo, ao invés de proteger presos”.
“Fui usado pelo PCC para exterminar presos. Mas não me arrependo de matar aquelas pessoas porque a luta era justa. Havia muitos estupradores e ladrões que roubavam presos dentro da cadeia”, disse Lúcifer em depoimento.
Logo após a fundação, redigiu à mão o estatuto do Cerol Fininho, que tem como lema “lealdade, justiça, guerra e morte”. Além disso, existe a ordem de que os inimigos, ao serem assassinados, devem ter as cabeças decepadas e as vísceras arrancadas. Outro “ritual” é escrever o nome da facção com sangue das vítimas nas celas onde os assassinatos são feitos.
A cada nova onda de assassinatos, Lúcifer era transferido para uma penitenciária federal diferente. Além de Campo Grande, já passou por Porto Velho e Catanduvas. Nessa última, psicólogos atestaram que ele precisa receber tratamento para transtorno de personalidade e psicose, “devido a sua alta periculosidade”.
De presídio em presídio
Durante os seis primeiros anos preso, Lúcifer esteve preso na Penitenciária de Serra Azul, em São Paulo. Já na Penitenciária de Presidente Venceslau – SP, assassinou cinco presos em 2011 e ordenou a morte de mais um em 2015. Neste ano, passou por Porto Velho, Campo Grande e Catanduvas. Em janeiro de 2018 retornou à São Paulo e, em novembro, novamente à Catanduvas.
Conforme a SAP (Secretaria Estadual da Administração Penitenciária), Lúcifer é condenado a 217 anos e três meses de prisão. Apesar de ter confessado matar 48 presos, ele responde apenas pelos homicídios de seis, e de ser o mandante de outros dois.
(Com informações da Veja SP e Jornal Diário de Notícias)
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