Defesa tenta evitar novamente depoimentos de serial killer que confessou 7 mortes

Em mais uma tentativa de barrar as oitivas de Cleber de Souza Carvalho, pedreiro de 43 anos que revelou à polícia ser o autor de pelo menos 7 homicídios e ocultações de cadáver em Campo Grande, a defesa entrou com pedido de providências contra o delegado que atua no caso. O advogado chegou a apontar […]

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Em mais uma tentativa de barrar as oitivas de Cleber de Souza Carvalho, pedreiro de 43 anos que revelou à polícia ser o autor de pelo menos 7 homicídios e ocultações de cadáver em Campo Grande, a defesa entrou com pedido de providências contra o delegado que atua no caso. O advogado chegou a apontar violação de direito de imagem, por conta de notícias divulgadas sobre Cleber.

O advogado Jean Carlos Cabreira já havia tentado afastar o delegado titular da DEH (Delegacia Especializada de Homicídios) Carlos Delano das oitivas do réu, Cleber. O acusado passou a ser ouvido formalmente sobre cada homicídio e ocultação de cadáver revelados por ele. Desta vez, no pedido feito na quinta-feira (4), o advogado chega a alegar violação dos direitos de imagem e dignidade do réu.

Isso porque segundo ele foram veiculados em um site de notícias o teor dos depoimentos de Cleber. Quanto a isso, o juiz Aluízio Pereira dos Santos,  da 2ª Vara do Tribunal do Júri afirmou em decisão na tarde de sexta-feira (5) que o processo não está mais em sigilo, portanto as informações são públicas. Além disso, considerada a liberdade de imprensa, os jornais têm direito de divulgarem os fatos de repercussão social, garantindo também o direito da sociedade saber o que está acontecendo.

Por tudo isso, o advogado diz que, pela chamada por ele violação de direitos, a defesa “se vê obrigada a declarar/antecipar expressamente perante esse Juízo que, nos 5 inquéritos restantes, o representado exercerá o direito de permanecer em silêncio, se reservando a se pronunciar apenas em juízo”.

Quanto a essa declaração, o juiz Aluízio pontua que o direito de permanecer em silêncio pertence ao réu e acusado e não à defesa no momento do interrogatório. Sendo que, deste silêncio, nada poderá ser presumido ou deduzido, devendo Cleber comunicar a intenção diretamente ao delegado.

Por fim, o juiz decidiu por colher informações do delegado sobre o réu. Por ofício, com prazo de 5 dias, que deverá ser acompanhado da decisão do juiz e da petição do advogado, foi solicitada informações ao delegado que preside as investigações sobre as afirmações contidas na petição da defesa, bem como informar sobre o andamento das investigações à vítima José Leonel dos Santos e a respectiva remessa do interrogatório realizado ao juízo.

Depoimentos e mortes

Cleber já foi ouvido formalmente sobre duas vítimas, José Leonel e Timotio Pontes Roman. Por ordem, o réu é ouvido sobre apenas uma vítima por dia, já que são casos específicos e devem ser detalhados. A autoridade policial alegou que ele não prestou depoimento no início das investigações porque não houve tempo hábil para isso, uma vez que o réu confessou 7 mortes e foram dias intensos de trabalho para que os corpos das vítimas fossem localizados.

No dia 7 de maio, os policiais da DEH acharam o corpo de José Leonel enterrado no quintal de casa, na Vila Nasser. A vítima foi encontrada depois que a irmã denunciou o desaparecimento e também que havia pessoas estranhas morando na residência de seu Leonel.

Uma semana depois, em 14 de maio, Cleber foi preso escondido em uma casa em Campo Grande, em trabalho conjunto da DEH e Batalhão de Choque. Com isso, confessou o homicídio de José Leonel e uma série de outras mortes, totalizando 7 vítimas.

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