Agentes já apreenderam quase 80 kg de drogas em presídios de MS em 6 meses
No primeiro semestre de 2020, de janeiro a junho, os agentes penitenciários já apreenderam quase 80 quilos de drogas nos presídios de Mato Grosso do Sul. O número é três vezes maior se comparado com o mesmo período do ano passado. O presídio de Segurança Máxima, em Campo Grande, e a PED (Penitênciária Estadual de […]
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No primeiro semestre de 2020, de janeiro a junho, os agentes penitenciários já apreenderam quase 80 quilos de drogas nos presídios de Mato Grosso do Sul. O número é três vezes maior se comparado com o mesmo período do ano passado. O presídio de Segurança Máxima, em Campo Grande, e a PED (Penitênciária Estadual de Dourados), constam na lista com mais apreensões.
Os dados relacionados às apreensões com visitantes e materiais jogados nas unidades penais, foram divulgados pela Agepen-MS (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) nesta terça-feira (11).
Conforme à pasta, o número maior de apreensão está ligado a instalação de equipamentos tecnológicos de ponta, que permitem identificar a entrada de materiais ilícitos, parceria com as forças de segurança pública e vistorias realizadas pelos policiais penais rotineiramente.
O levantamento aponta que, ao todo, foram apreendidos mais de 79,3 quilos de entorpecentes nos seis primeiros meses de 2020. Destes, 97% foram arremessados pelas muralhas dos presídios e apreendidos pelos policiais penais. Já no mesmo período de 2019, esse número chegou a 24,5 quilos de drogas.
Em todo o ano passado, os agentes interceptaram 821 aparelhos de celulares, antes que chegassem aos presos. Os dados apontam ainda que, somente nos primeiros seis meses deste ano, já foram interceptados 381 celulares pelos policiais penais entre arremessos pelo muro e com visitantes em presídios masculinos e femininos do estado.
Na pasta de dente e até sabão em pó
Os visitantes arrumam maneiras cada vez mais inusitadas para tentar entrar com droga ou celulares na unidade penal. Os materiais já foram apreendidos em sabonetes, creme dental, colchão, sapatos, sabão em pó, entre outros. No caso dos arremessos, algumas das estratégias são disfarçar os materiais encampando-os com grama, dentro de canos de PV, pipas ou mesmo em garrafas pets, entre outros.
Máxima e PED são recordistas
Representando 52% das apreensões de todo o estado, conforme a Agepen-MS, no presídio de Segurança Máxima, os servidores apreenderam mais de 41,3 quilos de entorpecentes neste ano, quantidade 250% superior a do ano passado.
Já a apreensão de celulares subiu cerca de 50%, passando de 187 para 279 aparelhos recolhidos pelos policiais penais antes de chegar em poder dos custodiados.
O diretor da unidade, Mauro Augusto Ferrari de Araújo, aponta que o grande volume de interceptações na unidade se dá pela atuação integrada dos servidores, aliado ao uso de tecnologias, entre elas, a instalação de três câmeras de alta precisão.
“Os arremessos que localizamos não se limitam apenas a drogas e celulares, já encontramos bebida alcoólica, roupas e comida que não é autorizada, etc. Na última apreensão, por exemplo, pegamos 12 quilos de maconha, 300 gramas de cocaína e seis pacotes de carne”, revelou.
Em Dourados, o maior presídio do estado, foram apreendidos 9,8 quilos de entorpecentes, entre maconha e cocaína entre janeiro e junho deste ano. Valor três vezes maior em relação ao mesmo período do ano passado, que ficou na faixa dos 3,2 quilos.
Conforme o diretor da Penitenciária Estadual de Dourados, Antônio José dos Santos, os trabalhos contam com o auxílio de um moderno sistema de monitoramento de alta precisão. “Instalamos quatro câmeras do modelo ‘speed dome’ em pontos estratégicos, além das rondas ostensivas que os servidores realizam diariamente e a experiência profissional nas revistas têm possibilitado o sucesso das ações”, informou o diretor.
A Agepen afirma que o alto números de apreensões se dá também, devido a integração entre as forças da segurança pública, como o suporte da Polícia Militar que faz rondas nas áreas dos presídios e a Polícia Civil na questão de perícias, investigações e registro de ocorrências.
“Cada vez mais buscamos inibir essa prática criminosa e a modernização das estruturas tem garantido maior efetividade nessa atuação. Aliado a isso, temos o importante trabalho realizado pelos policiais penais, que, com empenho e dedicação, estão sempre focados em evitar que materiais proibidos cheguem nas mãos dos custodiados demonstrando a seriedade e honradez com que realizam seu trabalho”, disse o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves.
Equipamentos
Conforme a Agepen-MS, as unidades contam com o sistema de videomonitoramento em pontos estratégicos, que faz acompanhamento em tempo real de toda a movimentação dentro da unidade, assim como, nas proximidades.
Outro aparelho importante é a inspeção por meio do escâner corporal, para todos que entrem nos estabelecimentos penais; bem como, o detector de metais e o aparelho de raio-x em esteira para vistoria de objetos levados, que possibilitam uma inspeção minuciosa e precisa de pessoas e materiais.
Com a suspensão das visitas desde março, por conta da pandemia da Covid-19, as apreensões com familiares este ano tem se concentrado, desde então, em meio a pertences que são levados para entrega aos internos, apesar de terem sido registradas pessoas que utilizaram o próprio corpo para esconder produtos até a data da suspensão das visitas presenciais.
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