Imagens de câmeras de segurança que a polícia teve acesso mostram o momento em que Dirce Santoro Guimarães Lima, de 79 anos, entra no carro de Pâmela Ortiz, de 36 anos, horas antes de morrer. A foi morta com pancadas na cabeça no último dia 23 e teve o corpo jogado por Pâmela no terreno de uma fábrica no Indubrasil.

VÍDEO: Imagens mostram idosa entrando em carro antes de ser morta com pancadas na cabeça
Delegados da 7ª DP, Dimitri Palermo, Cristiane Grossi e Carlos Delano, da DEH. (Foto: Dayene Paz).

Nas imagens é possível ver o momento em que Pâmela chega na residência da idosa, localizada no bairro Santo Antônio. Ela ajuda a idosa a entrar no veículo, depois segue, segundo Pâmela, para um mercado nas proximidades.

No entanto, segundo as informações da polícia, dentro do carro começa um desentendimento. “Ela afirmou aos vizinhos que sabia quem havia pegado o cartão de crédito e iria dar um aperto em Pâmela para que confessasse”, conta o delegado Carlos Delano, da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de (DEH).

Durante o desentendimento, Pâmela disse que levaria Dirce para Terenos para que ela se acalmasse. “A suspeita disse que já teria ido para Terenos outras vezes, para passear com a idosa”. Durante o trajeto, quando o carro estava em baixa velocidade, Pâmela contou que a idosa teria se jogado do veículo e bateu a cabeça no meio fio. “Se dizendo nervosa, ela começou as agressões que terminaram na morte da idosa”, afirma a delegada Cristiane Grossi, da 7ª Delegacia de Polícia de Campo Grande.

Depois, Pâmela colocou o corpo embaixo de uma árvore. “Ela alega que ficou com medo de ser presa e abandonou o corpo no local”, afirma a delegada.

Para a polícia, Pâmela é fria e dissimulada. Durante o tempo que esteve na delegacia, mentiu e tentou enganar até os policiais que estavam na investigação. “Ela chegou aqui por causa do desaparecimento da idosa. Durante o interrogatório fomos vendo o quanto era fria, dissimulada e mentirosa”, afirmou o delegado Dimitri Palermo, da 7ª DP.

Pâmela chegou na delegacia às 14h e confessou o crime as 22h, quando percebeu que se enroscou nas mentiras, no que a polícia chamou de ‘argumentos irreais'. No entanto, ela questionava “o que aconteceu com minha avó?”, relata Palermo.

A suspeita se dizia uma filha que a idosa não teve. Conheceu Dirce no mês de julho de 2018, quando se passou por motorista de aplicativo ao ver a idosa em um ponto de táxi. “Se fazendo de uma moça doce ela conseguiu entrar na vida de Dirce. Fazia favores, levava ela nos lugares que precisava, entrou na vida dela, ganhou confiança e a chamava de vovó”, conta Delano.

Para dificultar a investigação, Pâmela trocou de chip de celular, apagou qualquer histórico que pudesse incriminá-la e mandou lavar o carro. Também foi descoberto que ela não era motorista de aplicativo, inclusive tinha a CNH inativa.

Após crime

Após matar a idosa com pancadas na cabeça, Pâmela teria ligado para um ex-namorado investigador da Polícia Civil. Segundo relatos do investigador, ele manteve um relacionamento conturbado com Pâmela, que fazia inúmeras chantagens emocionais para que tornasse o relacionamento público.

Quando a motorista de aplicativo ligou para ele no sábado (23) contando que talvez tivesse matado uma pessoa, o investigador pensou ser mais uma chantagem dela para que os dois se encontrassem, e só percebeu que era verdade quando o corpo de Dirce foi encontrado.

Passado fichado

Pâmela tem várias passagens por estelionato, peculato e ameaça. Duas em Terenos e cinco em Campo Grande.

Também já foi estagiária em uma delegacia de Polícia Civil de Campo Grande, no anos de 2015, e acabou furtando cheques de inquéritos que corriam na unidade policial. Várias vítimas procuraram a delegacia e na época foi constatado que, os cheques levados na realidade deveriam estar em inquéritos dentro da delegacia.

Pâmela foi indiciada pelo crime de homicídio doloso e ocultação de cadáver. Ela será encaminhada nesta terça-feira (26) para o presídio.