Mentor de ‘rede mentiras’, delegado teria sido extorquido por promotor na Bolívia
A suposta rede de mentiras criada pelo delegado Fernando Araújo da Cruz Júnior, da Deaji (Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e do Idoso) de Corumbá, para acobertar o homicídio que ele cometeu na fronteira, trouxe consequências. Ele e a esposa Silvia Aguilera passaram a ser extorquidos por autoridades da Bolívia, que chegaram cobrara R$ […]
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A suposta rede de mentiras criada pelo delegado Fernando Araújo da Cruz Júnior, da Deaji (Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e do Idoso) de Corumbá, para acobertar o homicídio que ele cometeu na fronteira, trouxe consequências. Ele e a esposa Silvia Aguilera passaram a ser extorquidos por autoridades da Bolívia, que chegaram cobrara R$ 100 mil.
Conforme apurado pelo Midiamax, um policial boliviano começou a exigir valores a Fernando, em troca de não revelar detalhes sobre o crime à Polícia Civil de Mato Grosso do Sul. O policial teria, inclusive, leiloado suas informações, dizendo ao delegado que também estava recebendo ofertas de pagamento para repassar detalhes à polícia.
Tal policial agia pelas costas de Gonzalo Felipe Medina, chefe do Departamento de Força Especial de Luta Contra o Crime de Santa Cruz da polícia boliviana, atualmente preso por ligação com o narcotráfico. Medina estava agindo como braço direito de Fernando, por conta da boa relação que tinha com familiares de Silvia. Medina dava falsas pistas à polícia sul-mato-grossense e informava Fernando sobre o avanço das investigações.
Um promotor de justiça da Bolívia, que tinha contato direto com Silvia, que é advogada, chegou a cobrar R$ 100 mil para não imputar as acusações ao delegado. No entanto, a esposa de Fernando alegou que não tinha dinheiro. “O promotor público que muito dinheiro. Eu disse que só tenho 3 mil si quiser. E disse que ele vai imputar vc (sic)”, disse Silvia em troca de mensagens de WhatsApp interceptadas pela polícia.
O delegado responde: “deixa ele imputar”. Em seguida, os dois passam a articular um meio de flagrar o promotor. “[…] ou grava pedindo dinheiro [..] eu tenho gravador”, diz Fernando. O delegado ainda ressaltou. “[…] não gosto de promotor. Fala que se ingressar com ação sem prova [você] vai cobrar indenização do Estado depois. Ademais, o traficante foi o que morreu, não o que estão acusando”.
O delegado responde por homicídio e o investigador Emmanuel Nicolas Contis Leite por coação em relação a execução do boliviano Alfredo Rangel Weber, que ocorreu dentro de uma ambulância no dia 23 de fevereiro, em Corumbá. Investigações apontam que o delegado foi o autor direto do crime, ao entrar no veículo de resgate e disparar contra a vítima depois de tê-la esfaqueada em uma associação de pecuaristas no país vizinho.
A dupla teria montado uma rede de conspiração para atrapalhar as investigações. Além de coagir e ameaçar testemunhas, eles tinham apoio de autoridades bolivianas e cogitaram a execução de policiais. Conforme apurado, conversas de WhatsApp mostram que Contis e Fernando articulavam sobre o sumiço de um revólver calibre 357 registrado em nome do delegado e possivelmente usado na execução de Alfredo.
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