Quebra de sigilo de dados encontrou mensagens que apontam para o envolvimento do delegado Eder de Oliveira e de mais 11 pessoas no sumiço de 101 quilos de cocaína, descoberto no dia 10 de junho, na 1ª Delegacia de Polícia Civil de , a 143 quilômetros de

Eder está há 19 anos na corporação, já serviu nas cidades de Rio Verde, Juti e Rio Negro, e responde a um processo criminal e processos administrativos. Com ele foi apreendida uma arma de numeração raspada, motivo pelo qual responde por posse ilegal de arma de fogo. Não é descartada participação de mais pessoas.

Durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (24), em Campo Grande, o delegado Carlos Delano, responsável pelo inquérito, e Marcelo Vargas, delegado-geral da Polícia Civil, explicaram como se deram as prisões, no entanto, não revelaram detalhes sobre como a droga desapareceu da delegacia.

Conforme relatado, o entorpecente havia sido apreendido no dia 31 de maio e ficou por pouco mais de uma semana na unidade. Entre os dias 6 e 7, metade do material sumiu. No dia 10, foi constatado que os 101 quilos haviam sido levados. A partir de então, a Corregedoria iniciou minuciosa investigação.

Por meio da quebra do sigilo de dados foram descobertas mensagens trocadas por celular que apontam ligação do delegado, como se ele tivesse facilitado a retirada. Além dele, também foram presos uma advogada e o marido dela, um homem dono do automóvel Corolla usado para transportar a droga, a esposa dele e o pai dele, bem como quatro presos por atraso no pagamento de pensão alimentícia e dois presos do semiaberto.

Parte dos envolvidos foi trazida para Campo Grande na semana passada. O delegado deve ser encaminhado para celas da 3ª Delegacia de Polícia da Capital. A prisão dele é de caráter temporário, por 30 dias, podendo ser prorrogada. Ele também foi afastado até que as investigações sejam concluídas. “Temos fortes indícios da participação do delegado. Não é normal armazenar essa quantidade de droga por tanto tempo em uma delegacia”, disse Delano, reforçando que o procedimento nestes casos é encaminhar para incineração.

O dono do Corolla e a esposa, por sua vez, já têm passagens por tráfico de drogas no estado de São Paulo e foram presos com 900 quilos de maconha em 2012, pela Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), em Mato Grosso do Sul. “Vamos cortar na carne, independentemente de quais sejam os envolvidos”, disse Marcelo Vargas.