Em tom de desespero, guarda civil municipal suplica transferência para presídio
Com medo de morrer, o guarda municipal Marcelo Rios suplicou com carta escrita de próprio punho ao juiz da 1º Vara Criminal em Campo Grande, Roberto Ferreira Filho, a sua transferência para o Centro de Triagem do sistema penitenciário estadual. No pedido escrito por Marcelo, ele relata não se sentir seguro onde está preso, uma […]
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Com medo de morrer, o guarda municipal Marcelo Rios suplicou com carta escrita de próprio punho ao juiz da 1º Vara Criminal em Campo Grande, Roberto Ferreira Filho, a sua transferência para o Centro de Triagem do sistema penitenciário estadual.
No pedido escrito por Marcelo, ele relata não se sentir seguro onde está preso, uma cela do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros) afirmando “preciso sair daqui urgente”.
O pedido de transferência foi feito pela defesa do guarda, na última sexta-feira (24) alegando que no Garras não há estrutura para manter o isolamento de Marcelo. Ele está preso desde o dia 19 deste mês, quando foi abordado pelos policiais do Garras na rua Rodolfo José Pinho. Com ele, os policiais encontraram uma pistola e munições.
Já em uma casa, no bairro Monte Líbano, foi encontrado um arsenal de grosso calibre avaliado em mais de R$ 200 mil. Ao todo, foram encontradas quatro carabinas 556, 11 pistolas nove milímetros, uma arma calibre 12, outra arma longa calibre.22, um revólver 357, quatro pistolas .40, um calibre 380, uma pistola calibre 22, além dos dois fuzis AK47. Também foram apreendidos silenciadores e carregadores, além de bloqueadores de tornozeleiras eletrônicas.
No dia 22 deste mês, foi determinado a instauração de um PAD (Procedimento Administrativo) contra Marcelo Rios. A determinação do PAD foi publicada no Diário Oficial, sendo assinado pelo Secretário Especial de Segurança e Defesa Social, Valério Azambuja, que determinou que sejam apuradas as irregularidades funcionais cometidas pelo servidor. Com o fim do processo administrativo o guarda municipal deverá ser demitido.
Segundo testemunhas ouvidas na investigação sobre a origem e uso do armamento, o grupo atuaria prestando serviços de escolta e ‘serviços de segurança’. Uma das suspeitas é de que as armas estariam ligadas a recentes crimes de pistolagem em Mato Grosso do Sul. Outros dois guardas municipais foram presos, na última quinta-feira (23) por obstrução da Justiça. Eles estavam coagindo testemunhas do caso.
Execuções
Os fuzis AK47 apreendidos são do mesmo calibre usado nos assassinatos de Ilson Figueiredo, Orlando Bomba e Matheus Coutinho Xavier. Sobre um possível envolvimento do agente nas execuções também será investigado ou se ele só fazia o serviço de transporte.
Matheus Coutinho Xavier foi assassinado em frente à sua casa com 7 tiros de fuzil na cabeça, e na época de sua execução, no dia 9 de abril, foi levantado que a arma usada no crime poderia ter ligação com o armamento usado na execução de Ilson Figueiredo, que foi assassinado em junho de 2018.
O carro em que Ilson estava foi surpreendido, na Avenida Guaicurus e alvejado por diversos tiros de arma de grosso calibre, entre elas, um fuzil. Aproximadamente 18 cápsulas foram recolhidas pela perícia no local. Depois de ser atingido, o veículo que ele dirigia bateu contra o muro de uma casa.
Os pistoleiros que executaram o chefe da segurança da Assembleia Legislativa usaram uma metralhadora e um fuzil AK-47 no crime. Encapuzados, vestindo preto e com coletes à prova de balas, os pistoleiros começaram a atirar contra o carro do policial aposentado uma quadra antes do local onde o carro parou. Nas imediações na Rua Piracanjuba, na região, o carro usado na execução de Ilson, um Fiat Toro, foi encontrado incendiado.
Também foi executado com armamento do mesmo calibre, Orlando da Silva Fernandes, 41 anos, conhecido como ‘Orlando Bomba’ executado com tiros de fuzil na cabeça, tórax, e braços em frente a uma barbearia. Dois homens chegaram em uma Dodge Journey, desceram e executaram ele, que saía do local e ia em direção à sua camionete Hillux. Um outro homem em uma moto deu apoio para a execução. A polícia encontrou no local com a vítima três celulares intactos que estavam com ele, além de cheques e quantia em dinheiro. O crime aconteceu no dia 26 de novembro de 2018.
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