Segundo grupo de PMs envolvidos na Oiketicus é julgado na Capital
Oito policiais militares denunciados na operação Oiketicus estão sendo julgados na tarde desta quinta-feira (13) no Fórum de Campo Grande. Este é o segundo grupo de policiais, já que os julgamentos foram desmembrados por conta do grande número de denunciados na operação. Aparecido Cristiano Fialho, Claudomiro de Goez, Clayton Azevedo, Marcelo de Souza Lopes e […]
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Oito policiais militares denunciados na operação Oiketicus estão sendo julgados na tarde desta quinta-feira (13) no Fórum de Campo Grande. Este é o segundo grupo de policiais, já que os julgamentos foram desmembrados por conta do grande número de denunciados na operação.
Aparecido Cristiano Fialho, Claudomiro de Goez, Clayton Azevedo, Marcelo de Souza Lopes e Nilson Procedonio Espíndola são julgados pelos crimes de corrupção passiva e organização criminosa. Aparecido também é julgado por lavagem de dinheiro e violação de sigilo profissional.
Estes profissionais atuavam nos municípios de Maracaju, Dourados, Naviraí, Mundo Novo, Iguatemi, Japorã e Eldorado. Eles são praças da polícia militar e foram investigados por garantir a livre movimentação da chamada “Máfia do Cigarreiros” em Mato Grosso do Sul.
A Oiketicus começou, inicialmente com um processo e posteriormente foi divido em quatro. Ao longo das investigações, o processo foi desmembrado em mais partes para facilitar a análise de provas.
No dia 17 será a vez de Ricardo Campos de Figueiredo e Aparecido Cristiano Filho e no dia 18, o sargento Ricardo passará por outro julgamento onde responderá por organização criminosa.
Máfia dos cigarreiros
Em abril de 2017, a corregedoria da Polícia Militar denunciou sobre determinada “rede de policiais militares, maioria da fronteira, envolvidos em crime de corrupção e organização criminosa“. A situação foi confirmada pelos promotores que verificaram a associação de militares, de diferentes patentes e regiões do Estado, para facilitar o contrabando.
Segundo investigação, os policiais recebiam dinheiro em troca de facilitação, inclusive ao prestarem informações aos contrabandistas. Em algumas situações, as fiscalizações sequer eram feitas e as cargas de cigarro contrabandeado “passavam batido”.
Operação
A megaoperação contou com a participação de cerca 125 policiais militares e nove promotores de Justiça. Os mandados tiveram como alvo residências e locais de trabalhos dos investigados, distribuídos nos municípios de Campo Grande, Dourados, Jardim, Bela Vista, Bonito, Naviraí, Maracaju, Três Lagoas, Brasilândia, Mundo Novo, Nova Andradina, Boqueirão, Japorã, Guia Lopes, Ponta Porã e Corumbá.
Todas as cidades fazem parte da chamada ‘rota cigarreira’, que integra rodovias, estradas e cabriteiras usadas para transportar cigarros produzidos no Paraguai e vendidos ilegalmente nas ruas de cidades brasileiras a preços bem menores que os oficiais, por não pagar impostos.
Dentre os policiais militares presos, estão praças e oficiais. Após a realização dos procedimentos de praxe e eventuais lavraturas de autos de prisão em flagrante pela Corregedoria da Polícia Militar, serão encaminhados ao presídio militar de Campo Grande.
Patrimônio duvidoso
O caso mais gritante apontado pelos promotores foi de um cabo da PM lotado no 12º Batalhão de Naviraí que, segundo informações do Gaeco, recebia aproximadamente R$ 3 mil por semana, incompatível com o salário recebido pelos PMs, de R$ 4,4 mil.
O cabo, conforme apurado durante investigação, somava um patrimônio de R$ 7 milhões, valor muito maior que seu salário permitiria juntar. Entretanto, o policial utilizava uma concessionaria de carros como fachada para justifica o dinheiro percebido. Para Gaeco, a garagem servia para lavagem de dinheiro.
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