Xará vai para o semiaberto no lugar de companheiro de cela e foge

Internos se chamavam Wagner e caso foi descoberto após 38 dias 

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Internos se chamavam Wagner e caso foi descoberto após 38 dias 

A Polícia Civil investiga uma fuga um tanto inusitada no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, mais conhecido como a Máxima de Campo Grande. O caso aconteceu em dezembro de 2016, depois que o interno Wagner Edson Guimarães, vulgo Wolverine, de 26 anos, deixou o presídio no lugar de um companheiro de cela, foi para o regime semiaberto e de lá fugiu. A troca dos presos só foi descoberta 1 mês e 9 dias depois.

A confusão começou no dia 1º de dezembro de 2016, quando outro preso, identificado como Wagner Pereira Colaneri, de 32 anos, que estava preso por furto, recebeu a progressão da pena do regime fechado para o semiaberto.

No dia seguinte, ele assinou todos os documentos para ser liberado, respondeu as perguntas pessoais e logo em seguida foi levado para o Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, junto com outros 11 presos que receberam o mesmo benefício.

Acontece que depois de mais de um mês os agentes penitenciários da Máxima descobriram que na verdade Wagner Pereira Colaneri continuava no presídio e que outro interno, que só depois foi identificado como Wagner Edson Guimarães, saiu em seu lugar. O caso então foi registrado no dia 9 de janeiro na 3ª Delegacia de Polícia Civil.

Segundo a polícia, no momento em que deveria ser liberado, Wagner Pereira estava no banho de sol e aproveitando a situação, Wolverine se passou pelo companheiro de cela e saiu em seu lugar. Três dias depois de ser transferido, mais precisamente no dia 5 de dezembro, Wolverine fugiu da Gameleira e estava evadido desde então.

O delegado responsável pelo caso, Paulo de Sá, explicou a reportagem que irá investigar a falsidade ideológica por parte do preso e a falha de conduta em processo administrativo disciplinar por conta do órgão prisional.

Em nota, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) afirmou que a Corregedoria da instituição já está apurando o caso. A direção do presídio ainda alegou que está trabalhando na implantação de um sistema de identificação biométrica para ser utilizado na liberação dos internos, “além das demais medidas de praxe já terem sido intensificadas”.

As prisões

Wolverine estava preso por roubo qualificado. Em março de 2016 ele foi detido por participaram de um assalto à farmácia, localizada na Rua Brilhante em Campo Grande. Na data, ele teria recebido informações de dentro da Máxima que um malote de R$ 30 mil sairia da farmácia no dia 15 de março.

Junto com outros dois suspeitos, o rapaz foi levado até as proximidades da farmácia pela mulher, que conduzia um Fiat Uno. O plano do trio era deixar o malote e as armas no Uno após o roubo e fugiriam de outra forma, para tentarem despistar a polícia, mas no caminho o carro estragou e eles precisaram fugir em um veículo Corsa, de uma das vítimas abortadas no local.

De acordo com delegado Reginaldo Salomão, da Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos), responsável pela prisão dos envolvidos na época, os bandidos conseguiram roubar R$ 3 mil da farmácia e o dinheiro foi repartido entre eles e gasto. Wagner chegou a contar que usou parte do dinheiro para arrumar o Uno e o resto em bebidas alcoólicas. Wolverine já tem passagem por latrocínio, roubo seguido de morte, em Mato Grosso.

Wagner Pereira responde vários processos por furto. Também em março de 2015, o suspeito tentou fugir do Ptran (Presídio de Trânsito), localizado no Jardim Noroeste, em Campo Grande. Ao sair para o banho de sol, Wagner conseguiu pular os alambrados e o muro do presídio e fugiu. Minutos depois foi recapturado, ainda próximo à unidade, pela Polícia Militar.

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