Cinco anos após assassinato, soldado condenado a 14 anos é expulso da PM
Ele matou jardineiro e ainda ameaçou família da vítima
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Ele matou jardineiro e ainda ameaçou família da vítima
Oito meses depois de ser condenado a 14 anos de prisão pela Justiça, por um assassinato ocorrido cinco anos atrás, foi expulso nesta segunda-feira da Polícia Militar o soldado Renato Gomes, que era lotado em Três Lagoas, município a 320 km de Campo Grande. Em agosto do ano passado, ele foi considerado culpado, junto com a namorada, Naielle de Souza, pela morte do jardineiro Daniel Moreira dos Santos, ocorrida em 11 de agosto de 2012.
Conforme as investigações que levaram à condenação, o assassinato foi motivado pelas cobranças que a vítima fazia à namorada do PM por serviços de jardinagem executados na casa dela.
Intimidação
O caso teve o agravante de uma ameaça à viúva do jardineiro, atribuída ao policial e a um colega. Eles teriam usado uma viatura da Corporação, durante uma escolta de presos, para intimidar a viúva. Por causa desse episódio, Renato Gomes foi preso preventivamente.
Durante o julgamento, também houve polêmica. Policiais militares que foram prestar solidariedade ao colega foram retirados da sala.
Segundo as informações divulgadas há época, havia vários policiais militares fardados no plenário, o que levou o promotor de justiça responsável pelo caso a solicitar a identificação de todos que não estivessem desempenhando a função de escolta do preso. Confrontado pelo representante do MPE, os policiais disseram estar no local em solidariedade ao colega. O promotor, então, destacou que alguns estariam em horário de serviço e não estariam exercendo suas funções.
O promotor também alertou que o filho da vítima contou ter sido abordada por policiais militares no caminho ao fórum e chegou a ficar retido, sob alegação de suposta irregularidade na documentação da moto que conduzia, sendo liberado posteriormente.
A acusação então solicitou a retirada dos policiais fardados do plenário, dando a possibilidade dos que não estivessem em serviço retornar ao plenário, porém, em trajes civis.
O juiz que presidiu a sessão ressaltou que a postura dos policiais poderia abalar o sentimento dos jurados e concordou com o pedido do promotor.
Caso
De acordo com a denúncia que levou à condenação do policial, a vítima recebeu uma ligação de Naielle na madrugada dia 11 de agosto, solicitando que fosse ao seu encontro em um local ermo ao lado de um hotel localizado ao redor da lagoa maior. Lá, o jardineiro levou 2 tiros na nuca. O policial foi identificado como o atirador.
Constou no processo que a arma do crime foi localizada na residência de uma pessoa que cumpria pena por tráfico, e teria sido deixada por policiais que adentraram ao imóvel sem mandado judicial.
O crime teria sido motivado porque a vítima estava cobrando uma dívida dos acusados, relativa à prestação de serviços de limpeza na residência do pai do policial. A acusação sustentou que o homicídio foi cometido mediante dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima que foi atingida pelas costas. O policial foi transferido para o Presídio Militar de Campo Grande para cumprir pena.
(Foto: Rádio Caçula)
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