Quinta morte de policial traz à tona denúncia do Sinpol sobre precariedade no Estado
Os agentes, vestidos de preto, entregaram panfletos em homenagem aos policiais civis mortos
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Os agentes, vestidos de preto, entregaram panfletos em homenagem aos policiais civis mortos
A Polícia Civil realizou na manhã desta sexta-feira (20) uma manifestação contra a precariedade que a categoria vive em Mato Grosso do Sul. Os policiais entregaram panfletos na frente da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), do Centro. A manifestação foi depois da 5ª morte em menos de dois anos no Estado.
Cerca de 40 policiais, todos vestidos de preto, abordavam os veículos que passavam pela Rua Padre João Crippa e uma faixa com os dizeres “Estamos em luto” foi colocada na frente da delegacia em memória do policial morto na fronteira.
Segundo o presidente do Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Alexandre Barbosa, a categoria conta com 1,5 mil policiais na ativa com deficit de 700 agentes.
Ainda segundo o presidente, a categoria está em crise e o ato foi para cobrar do governo uma política pública para a Polícia Civil. “A manifestação de hoje é para mostrar para a sociedade a nossa indignação e cobrar medidas para ter melhorias para a categoria”, ressaltou Alexandre.
O presidente disse que atualmente a Polícia Civil trabalha de uma forma precária porque falta armamento, combustível, munições e principalmente os salários que é o 18º no país. Barbosa disse que o governo está tratando a categoria com descaso. “A manifestação é um SOS para ajudar a polícia porque até quando um policial vai precisar morrer para as autoridades verem que estamos precisando de ajuda”, reclama.
Barbosa ressaltou ainda que o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) pretende intensificar o efetivo e contratar mais 190 policiais, mas o número não é o suficiente. “Já cansamos de ser para-choque de bandidos, queremos medidas para ajudar a polícia”, desabafa.
Em relação à morte do investigador Cláudio Roberto Alves Duarte, de 39 anos, ocorrida na quinta-feira (18), em Ponta Porã, o presidente disse que a região da fronteira está sucateada e as celas estão cheias de presos.
Na tarde desta sexta-feira (20), está agendada uma reunião com a Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Público do Mato Grosso do Sul) para discutir a falta de estrutura, planos de carreira e as mortes dos policiais.
Um investigador, que veio do interior e preferiu não se identificar, disse que a categoria não tem incentivos para trabalhar. Ele disse que a população sul-mato-grossense precisa saber o problema que está acontecendo com a Polícia Civil. “O problema é antigo e o governo não toma nenhuma medida para resolvê-lo”, afirma.
Ele disse que veio do interior para ajudar os colegas para mostrar para a população o que está acontecendo com a categoria. “Eu trabalho no interior e sei o quanto está difícil trabalhar, falta armas, munições até combustível não tem. Desse jeito é está complicado trabalhar e quem sofre com o problema é a sociedade”, finaliza.
O crime
O crime aconteceu por volta das 20 horas, quando um homem foi abordado pela dupla de assaltantes quando saía de uma academia de ginástica localizada na Rua Baltazar Saldanha, em Ponta Porã, a 346 quilômetros de Campo Grande. Assustada, a vítima retornou para o interior da academia, onde se encontrava o policial Cláudio.
Este abordou os bandidos e deu voz de prisão, a princípio eles teriam acatado, mas Agripino Quiñones reagiu e sacando uma pistola 9 mm efetuou dois disparos contra o policial, que revidou.
Cláudio ainda foi socorrido, mas morreu no Hospital Regional. Já Quiñones também foi socorrido e está em recuperação sob escolta policial.
Agripino Quiñones é considerado de alta periculosidade e já velho conhecido da polícia com várias passagens. No ano passado, depois de roubar uma caminhonete Hilux, capotou o veículo quando se aproximava da cidade de Capitan Bado sendo preso em flagrante.
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