Famíia alega estar sofrendo ameaças

Uma garota de 5 anos têm sofrido abuso, torturas e ameaças pelo avô paterno, segundo denúncia apresentada à Polícia Civil em , e que está sob investigação. A criança tem a guarda compartilhada pela mãe e o ex-marido. A mãe da criança diz que a família está com medo das ameaças que a criança vêm sofrendo e “teme pelo pior”. A (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) vai abrir inquérito para investigar o caso como de vulnerável e maus-tratos.

A mãe afirmou que a garota faz terapia há 3 anos. Segundo ela, a filha é tocada nas partes íntimas pelo avô. “Ele toca nela, ameaça com faca se ela contar para alguém, ainda belisca minha filha, que começou a ir para casa dele quando tinha 8 meses”, conta.

De acordo com a delegada que cuida do caso, Daniela Kades, o inquérito será aberto ainda hoje para investigar o suposto abuso da criança, que foi levada na tarde desta quarta-feira ao IMOL (Instituto Médico Legal) para laudo. “A mãe veio hoje à delegacia abrir um novo boletim de ocorrência porque a garota está com marcas de maus-tratos”, explicou. Um boletim de ocorrência já havia sido aberto no dia 9 de outubro por estupro de vulnerável e maus- tratos.

O MPE (Ministério Público do Estado) arquivou inquérito no início deste ano, aberto em maio de 2014, por falta de provas. “Na época, não foi possível relatar nada. Não havia provas”, disse a delegada. Daniela Kades afirmou que a mãe tem em mãos um laudo da psicóloga que confirma os maus-tratos e ameaças sofridos pela criança.

No novo inquérito, a mãe pede uma medida protetiva contra o avô paterno. “Ele não deveria mais chegar perto da minha filha. Esse fim de semana ela foi para lá e eu mal consegui dormir preocupada em como ela voltaria. Minha filha voltou com vomitando, passando mal e com marcas de maus tratos”, declarou a mãe.

A delegada explicou que se o estupro de vulnerável for confirmado o acusado, o avô paterno, será indiciado e pode ser condenado a 15 anos de prisão, além de mais dois anos pelos maus tratos.

Guarda da criança

Os pais da garota se envolveram em 2006, ficaram três anos juntos e se separaram quando a criança tinha três meses. Eles tem a guarda compartilhada da criança, que passa metade da semana na casa de um e outra metade na casa do outro.

A mãe está preocupada com o futuro da garota e quer pedir a guarda na 1ª Vara de Família de Campo Grande. “Eu não consigo nem trabalhar porque meu ex colocou minha filha para fazer várias atividades nos dias que ela fica comigo. Ele ainda me ameaçou caso eu contrate uma babá ou van para levar a garota. Ele me obrigou a fazer tudo”, disse ela.

Segundo a mãe, o ex-marido está juntando provas contra ela para pedir a guarda da garota. “Segunda-feira passada, ele pediu um oficial de justiça me procurou a pedido dele, mas ele falou para o homem que eu morava em outro lugar”, enfatizou. Quando ela foi ver o relatório do oficial estava escrito que ele não encontrou ela em casa. “Ele me confessou que foi no endereço errado passado pelo ex, e coloca isso no relatório sabendo que eu não morava lá”.

Tráfico de influência e ameaças

A mãe e a tia-avó reclamam de tráfico de influência por parte da família do ex-marido. Segundo ela, eles se aproveitam da posição que tem, com várias relações e amizades com autoridades da cidade, para conseguir favores.

A tia-avó da criança afirmou que todos os familiares da mãe são ameaçados pelo ex-marido de sua sobrinha. “Eu sou a mais ameaçada porque minha sobrinha morou um bom tempo comigo. Ele vinha aqui ameaçando ela, colocando medo de que tiraria a guarda da criança. Ele nunca se conformou com o fim da relação. Nós temos medo do pior. E, pode sim, acontecer. A Justiça é lenta, o correto era prevenir, mas eles só fazem algo quando alguém morre”.