“Agora as crianças vão poder tomar banho de rio”, dizem índios em Antônio João

Indígenas comemoraram suspensão de reintegração de posse

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Indígenas comemoraram suspensão de reintegração de posse

Após a liminar favorável aos indígenas que suspendeu a reintegração de posse de três fazendas em Antônio João – a 402 quilômetros de Campo Grande, além de comemorar a permanência no local, as mães indígenas comemoraram que os filhos agora vão poder tomar banho e brincar no rio que corta as propriedade rurais. 

Uma das mães conta que antes os fazendeiros não deixavam que os índios entrassem no rio. “O rio é o único recurso que a gente tem e nunca tivemos liberdade lá. Os maiores iam [os adolescentes], mas era escondido. Agora os pequenos também vão poder ir.”. 

Com a possibilidade de entrar no rio, os índios comemoram até a possibilidade pescar no local. “Vocês, brancos, tem piscina em casa, levam os filhos na praia, a gente só tem o rio para tomar banho. Agora tem crianças tomando banho no rio. Até pescar estão pescando. Antes a gente só comia peixe comprado no mercado”, diz a indígena. 

Conflito

As ocupações na terra indígena começaram na madrugada do dia 22 de agosto, quando um grupo entrou na Fazenda Primavera. O conflito entre índios e produtores rurais em Antônio João chegou ao ponto máximo com a morte do indígena Semião Fernandes Vilhalva, de 24 anos, durante confronto com fazendeiros, no dia 29 de agosto.

Posteriormente, os donos das fazendas Primavera, Fronteira e Cedro conseguiram na Justiça Federal a reintegração de posse. A Funai (Fundação Nacional de Índio recorreu e conseguiu na madrugada desta quarta-feira (21), liminar para suspender o despejo dos indígenas. Uma operação com centenas de policiais federais e militares foi deslocada à região em uma operação para cumprir a ordem judicial, que acabou suspensa. 

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