Segundo o irmão da vítima, ela estava internada no hospital há oito meses e passou mal no intervalo dos dias 4 e 10 de julho. Os médicos afirmaram que o mal-estar seria uma reação à nova marca do medicamento, trocado pela Santa Casa e Maria acabou morrendo na tarde do dia 12, sábado.
A família suspeita que a vítima morreu em virtude de alguma complicação na última sessão de quimioterapia e decidiu procurar a polícia depois de saber de outras duas pacientes que também morreram após receber o mesmo tratamento no hospital.
O caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da região central de Campo Grande como morte a esclarecer.
O caso
Três pacientes morreram nesta semana depois de passarem por sessões de quimioterapia na Santa Casa de Campo Grande e outro segue internado em recuperação, sob cuidados médicos do hospital.
A suspeita é de que os pacientes tenham morrido por conta de uma reação alérgica. A Santa Casa acionou a Comissão Permanente de Óbitos, que passou a contar com a participação de representantes da Vigilância Sanitária Estadual e das secretarias Municipal e Estadual de Saúde para investigarem as causas das mortes.
Carmem Insfran Bernard, de 48 anos, que morreu no dia 10 de julho, foi a primeira vítima. A segunda foi Norotilde Araújo Greco, de 72 anos, no dia 11. As duas realizaram sessões entre os dias 24 e 28 de junho.
As famílias disseram que os médicos suspeitam de que os sintomas das pacientes fossem de reação à quimioterapia e elas foram internadas isoladas no mesmo quarto, por terem sintomas semelhantes.
Esclarecimento
Na manhã de quinta-feira (17) a Santa Casa divulgou uma nota de esclarecimento afirmando que os quatro casos de efeitos exacerbados de eventuais reações adversas aos medicamentos quimioterápicos utilizados no tratamento estão sendo investigados.
Na nota, o hospital revela que, quando são detectadas alterações nas taxas de normalidade em qualquer de seus setores, a norma é suspender imediatamente o uso de medicamentos que são suspeitos de colocar em risco a saúde de seus pacientes.
A Santa Casa disse que já notificou a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a respeito das mortes no hospital e anunciou o cancelamento do uso do medicamento que pode ter causado as mortes.