Polícia sobrevoa reserva indígena para buscar homens desaparecidos
Autoridades e policiais sobrevoaram a reserva dos índios tenharim, próxima ao município de Humaitá (AM), na manhã deste sábado (28), para traçar a estratégia da operação que buscará os três homens desaparecidos na região desde o último dia 16. A decisão para que as forças federais realizem a busca foi tomada após após uma onda […]
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Autoridades e policiais sobrevoaram a reserva dos índios tenharim, próxima ao município de Humaitá (AM), na manhã deste sábado (28), para traçar a estratégia da operação que buscará os três homens desaparecidos na região desde o último dia 16.
A decisão para que as forças federais realizem a busca foi tomada após após uma onda de violência de moradores no sul do Estado, que começou na última quarta-feira, quando a sede da Funai (Fundação Nacional do Índio) e veículos foram incendiados. As buscas no local não haviam começado até a conclusão desta edição.
Na sexta-feira (27), 300 pessoas destruíram, em Apuí (AM), o local utilizado por índios da etnia tenharim como pedágio ilegal na rodovia Transamazônica, em área dentro da reserva indígena.
Segundo a Polícia Militar, a segurança no local foi reforçada durante a madrugada e a manhã deste sábado, e não houve registro de novos conflitos.
Cerca de 30 homens da Força Nacional, oito policiais federais e seis policiais rodoviários federais permaneceram na região após os conflitos de sexta-feira. A chegada de reforço era aguardada para a tarde de deste sábado.
Uma das principais preocupações da polícia é que novos fatos, como o encontro dos homens desaparecidos dentro da reserva, possam provocar mais protestos violentos na região, que há anos presencia desavenças entre brancos e índios.
Ameaçados, cerca de 150 indígenas estão em um batalhão do Exército.
Moradores suspeitam que os três desaparecidos –Aldeney Salvador (funcionário da Eletrobras), Luciano Ferreira (representante comercial) e Stef de Souza (professor em Humaitá)– tenham sido sequestrados pelos índios após a morte de um cacique.
Segundo a polícia, o cacique Ivan Tenharim morreu atropelado. No entanto, a própria Funai levantou dúvidas sobre a morte do índio.
No blog da entidade em Humaitá, o coordenador regional, Ivã Bocchini, questiona a versão da polícia e pede que as investigações apontem a causa da morte. Segundo moradores locais, o texto, retirado do ar, incitou os índios à violência.
Preocupada com a possibilidade de novos conflitos, o Ministério Público Federal no Amazonas recomendou, na sexta-feira, a retirada de publicações com conteúdo discriminatório nas redes sociais, sobretudo nas páginas do Facebook, relacionadas aos dois municípios.
Em uma das páginas, formada por moradores de Apuí, há diversas mensagens de repúdio aos índios.
Em nota, a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) cobra “providências urgentes” sobre o paradeiro dos três homens desaparecidos e pede “mudanças imediatas na condução da política indigenista.”
A Faea (Federação de Agricultura e Pecuária do Amazonas) acusa a Funai de omissão e fala em “fortes suspeitas” de que os índios tenharim teriam “atentado contra a vida de três pessoas.”
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