TRF4 cassa liminar que impedia desconto salarial de policiais federais em greve
A presidenta do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), desembargadora Marga Inge Barth Tessler, suspendeu ontem (10) à noite liminar que impedia a União de efetuar descontos salariais dos servidores da Polícia Federal (PF) em greve no Paraná. A liminar havia sido obtida no último dia 24 de agosto pelo Sindicato dos Policiais Federais […]
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A presidenta do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), desembargadora Marga Inge Barth Tessler, suspendeu ontem (10) à noite liminar que impedia a União de efetuar descontos salariais dos servidores da Polícia Federal (PF) em greve no Paraná.
A liminar havia sido obtida no último dia 24 de agosto pelo Sindicato dos Policiais Federais do Paraná (Sinpef-PR) na 7ª Vara Federal de Curitiba. No mesmo dia 24, o TRF4 já havia cassado outra liminar obtida pelos policiais federais do Rio Grande do Sul.
“Está claro que os serviços da Polícia Federal, cuja essencialidade à manutenção da ordem pública é indiscutível, encontram-se significativamente prejudicados”, escreve a desembargadora em sua decisão de ontem. “Não resta dúvida acerca da vulnerabilidade em que se encontram os destinatários do serviço público a cargo da Polícia Federal, que deve, enquanto prestação estatal exigível, ser continuamente oferecido à população brasileira.”
Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal (PF) estão em greve desde 7 de agosto. Eles reivindicam reestruturação da carreira e equiparação salarial com as carreiras típicas de Estado, como a de auditor da Receita Federal e a de oficial da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A categoria também pede novas contratações por concurso público.
“Recebemos essa decisão [do TRF4] com tranquilidade e indignação. Tranquilidade porque já a esperávamos, indignação porque é uma decisão política, que não leva em conta o direito de greve”, disse o presidente do Sinpef-PR, Fernando Augusto Vicentine, em entrevista à Agência Brasil. “Não cometemos irregularidade alguma, não há ameaça à ordem pública. A desembargadora simplesmente não analisou os nossos argumentos.”
O sindicato informou que recorrerá contra a decisão até o próximo dia 21, perante o colegiado do próprio TRF4. “Qualquer desconto salarial fere o direito de greve”, diz Vicentine.
Ontem (10), a categoria protestou na cidade de Cascavel, no Paraná, com uma doação coletiva de sangue. Hoje, policiais federais em greve estenderam uma faixa com a frase “Reestruturação Já” em uma das passarelas das Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu. Amanhã, pelo menos 50 policiais farão doação de sangue em Curitiba. A última greve nacional da PF ocorreu em 2004 e durou cerca de dois meses.
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