Comparsa de Nem é preso na casa da mãe após instalação de UPP
A Polícia Militar prendeu nesta quinta-feira, em Curicica, na zona oeste do Rio de Janeiro (RJ), Ademir Marques Moreira, o Delegado. Ele é acusado de ser o principal segurança do traficante Anderson Rosa Mendonça, o Coelho. Segundo a polícia, Delegado também é apontado como comparsa de Antonio Bonfim Lopes, o Nem, ex-chefe do tráfico da […]
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A Polícia Militar prendeu nesta quinta-feira, em Curicica, na zona oeste do Rio de Janeiro (RJ), Ademir Marques Moreira, o Delegado. Ele é acusado de ser o principal segurança do traficante Anderson Rosa Mendonça, o Coelho. Segundo a polícia, Delegado também é apontado como comparsa de Antonio Bonfim Lopes, o Nem, ex-chefe do tráfico da Rocinha.
Haviam sete mandados de prisão contra Moreira, referentes a tráfico de drogas e homicídio qualificado. De acordo com a PM, ele foi preso na casa de sua mãe, na comunidade Caminho do Céu. O Disque-Denúncia oferecia uma recompensa de R$ 1 mil por informações que levassem ao suspeito.
Delegado teria fugido da favela da Rocinha após a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no local, nesta quinta-feira. Segundo a polícia, ele não ofereceu resistência à prisão.
Nem e a tomada da Rocinha
O chefe do tráfico da favela da Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, foi preso pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar no início da madrugada de 10 de novembro. Um dos líderes mais importantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), ele estava escondido no porta-malas de um carro parado em uma blitz por estar com a suspensão baixa, em uma das saídas da maior favela da América Latina -, que havia sido cercada por policiais na noite do dia 8 de novembro.
Desde o dia anterior, a polícia já investigava denúncias de um possível plano para retirar o traficante da Rocinha. Além de Nem, três homens estavam no carro. Um se identificou como cônsul do Congo, o outro como funcionário do cônsul, e um terceiro como advogado – a embaixada da República do Congo, entretanto, informou não ter consulados no Rio. Os PMs pediram para revistar o carro, mas o trio se negou, alegando imunidade diplomática. Os agentes decidiram, então, escoltar o veículo até a sede da Polícia Federal. No caminho, porém, os ocupantes pediram para parar o carro e ofereceram R$ 1 milhão para serem liberados. Neste momento, os PMs abriram o porta-malas e encontraram Nem, que se escondia com R$ 59,9 mil e 50,5 mil euros em dinheiro.
Nem estava no comando do tráfico da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado, junto de João Rafael da Silva, o Joca, desde outubro de 2005, quando substituiu o traficante Bem-te-vi, que foi morto. Com 35 anos, dez de crime e cinco como o chefe das bocas de fumo mais rentáveis da cidade, ele tinha nove mandados de prisão por tráfico de drogas, homicídio e lavagem de dinheiro. Nem possuía um arsenal de pelo menos 150 fuzis, adquiridos por meio da venda de maconha, cocaína e ecstasy, sendo a última a única droga consumida por ele. Com isso, movimentaria cerca de R$ 3 milhões por mês, graças à existência de refinarias de cocaína dentro da favela.
O fim do domínio de Nem na Rocinha foi o último obstáculo à entrada das forças de segurança na favela para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Na madrugada do dia 13 de novembro, agentes das polícias Civil, Militar e Federal, além de homens das Forças Armadas, iniciaram a ocupação do local escoltados por um forte aparato. No entanto, os traficantes já haviam deixado a comunidade, e a operação foi concluída sem qualquer confronto.
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