Suspeita de tortura policial: Agressores podem ser revelados pela escala de serviço da PC e PM

O empresário registrou queixa porque ontem foi abordado por dois homens que estavam em um veículo preto com placas brancas e rádio mas não se identificaram. Os supostos policiais agrediram e ameaçaram o homem e disseram estar “investigando” um roubo.

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O empresário registrou queixa porque ontem foi abordado por dois homens que estavam em um veículo preto com placas brancas e rádio mas não se identificaram. Os supostos policiais agrediram e ameaçaram o homem e disseram estar “investigando” um roubo.

O microempresário que denuncia tortura praticada por dois supostos policiais, prestou depoimento na tarde desta terça (31) na Corregedoria da Polícia Civil, na sede da Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública. S.D.O, de 28 anos, contou ao delegado Cléver José Fante Esteves como foi abordado por dois homens em um veículo descaracterizado na noite de segunda, foi agredido e ameaçado de morte.

Depois de prestar depoimento, foi apresentado para S.D.O um arquivo com fotos de policiais civis, mas em nenhum momento o denunciante reconheceu seus agressores. “Este arquivo é da época de academia deles. Estão de cabeça raspada e eu não tive como identificar”, disse.

Ainda de acordo com o denunciante, o próprio delegado que colheu seu depoimento já descartou várias possibilidades, inclusive revelou que, se realmente forem realmente policiais, podem ser de delegacias especializadas.

Levantamento incluirá PM e PC

Ainda de acordo com o empresário, o delegado afirmou que um dos primeiros trabalhos da corregedoria será fazer um levantamento da escala de serviço de todos os policiais civis que estavam trabalhando ontem a noite. A escala de policiais militares também será investigada. “O delegado me garantiu que tanto aqueles que trabalham fardado quanto aqueles que são de serviço reservado serão investigados”, disse confiante num desfecho que possa apontar os culpados pela agressão.

Questionado se teme por sua segurança, já que está denunciando como agressores policiais, S.D.O diz que não tem medo de morrer com a dignidade de um inocente, mas que pretende mudar de residência.

Denúncia

O microempresário informou que ontem por volta das 22h15 seguia a pé para buscar a esposa no trabalho, uma academia localizada no bairro Coronel Antonino. Num trecho da rua Caxias do Sul, o rapaz foi abordado por dois homens que, segundo ele, ocupavam um “carro Logan, preto, com placa branca”.

A dupla vestia roupas pretas e, na cabeça, usava gorros. Um deles, disse S.D.O., mede aproximadamente 1,90 metro, e possui tatuagem no braço. O outro seria de estatura média e calvo.

O rapaz afirma que foi algemado e levado até uma via que liga o bairro ao conjunto Estrela do Sul. Ali, disse o denunciante, ele foi posto de joelho no chão, e passou a ser questionado acerca de um assalto ocorrido na academia na qual a esposa trabalha.

S.D.O conta que aconteceram dois assaltos, onde no primeiro foi levada uma moto que estava com as chaves, inclusive da academia. No segundo, o furto foi de televisores, aparelhos de som, entre outros objetos. “Acho que quem levou a moto voltou depois para testar as chaves e como abriu a porta levou mais produtos”, diz.

O caso, que está em segredo de justiça, será investigado pela corregedoria e se os agressores forem identificados como policiais poderão receber como penalidade desde uma suspensão até demissão do quadro de segurança pública.

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