Israel usa tanques e soldados em sua maior operação por terra em Gaza

Segundo as forças israelenses, ataque atingiu 250 alvos do Hamas

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Guerra em Gaza. (Foto: Times of Gaza, X, Reprodução)
Bombardeios continuam na Faixa de Gaza. (Times of Gaza, X, Reprodução)

O Exército de Israel usou nessa quinta (26), tanques e soldados para realizar a primeira grande operação terrestre dentro da Faixa de Gaza. De acordo com o comando militar israelense, a incursão fez parte da “preparação para as próximas fases do combate”. “Atingimos várias células terroristas, infraestruturas e postos de lançamento de mísseis antitanque”, disse o Exército, em comunicado.

Soldados e tanques deixaram rapidamente o norte de Gaza e regressaram ao território israelense. De acordo com Israel, os ataque de ontem atingiram 250 alvos do Hamas. O grupo palestino afirmou que mais de 7 mil pessoas morreram nos bombardeios israelenses – incluindo 50 dos 224 reféns. Israel tratou a informação sobre a morte de reféns como “propaganda”.

Atraso

A demora na ordem de invadir o enclave palestino, segundo analistas e fontes do gabinete do premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, é a preocupação com os reféns e a pressão de americanos e europeus para que os israelenses definam uma estratégia para o que fazer com Gaza após a guerra.

Ontem, os líderes dos 27 países da União Europeia pediram uma pausa nos combates em Gaza para amenizar a crise humanitária que afeta 2 milhões de pessoas dentro do enclave. A declaração do Conselho Europeu promete um esforço coletivo “para proteger os civis, fornecer assistência e facilitar o acesso a comida, água, remédios e combustível” na região de guerra.

A ajuda emergencial é cada vez mais vital em Gaza. A agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para os refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês) reduziu ontem suas operações no território por falta de combustível. “Podemos economizar ou racionar até certo ponto, e ganhamos mais algumas horas fazendo isso”, disse Hector Sharp, chefe do escritório jurídico da UNRWA.

Apoio

Se o combustível acabar, o que pode acontecer nesta sexta (27), segundo a UNRWA, o território entrará em colapso. A agência tem dividido seu estoque para permitir que as padarias se mantenham funcionando, que as usinas de dessalinização continuem fornecendo água e que os hospitais possam manter incubadoras, máquinas de suporte de vida e outros equipamentos vitais.

Segundo a ONU, 74 caminhões transportando suprimentos humanitários entraram em Gaza desde sábado (21), bem menos do que os 100 por dia que o território precisa, segundo funcionários da organização que trabalham no enclave palestino. Autoridades e diplomatas atribuem o atraso às exigências de Israel de inspecionar os veículos em um posto de fronteira a 40 quilômetros da passagem por onde eles entram no território.

Resolução

Ontem, a Assembleia-Geral da ONU começou a discutir uma resolução proposta pela Jordânia, que deve ser votada hoje. O texto pede um cessar-fogo humanitário, a criação de corredores para entrada de suprimentos em Gaza e a retirada de civis – sem mencionar o Hamas.

A expectativa é de que a maioria da Assembleia-Geral condene Israel, já que o poder de veto dos EUA só vale para o Conselho de Segurança. Se aprovada, porém, a resolução terá apenas um caráter simbólico.

Com informações de Agências Internacionais

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