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Ucrânia retoma cidade de Kherson e impõe pior derrota de Putin na guerra

Multidão festejou quando forças ucranianas chegaram ao centro de Kherson
Agência Estado -
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Ucrânia guerra
Mísseis atingindo Kiev, capital da Ucrânia durante guerra com Rússia em 2022 (Reprodução)

A Ucrânia retomou nesta sexta-feira (11) a cidade de Kherson, uma das principais que estavam sob domínio russo e única capital regional dominada por Moscou. Foi a pior derrota militar do presidente Vladimir Putin desde o início da invasão, em 24 de fevereiro. A reconquista foi concluída momentos após a Rússia retirar tropas de quase toda a região, com o objetivo de se reagrupar na margem esquerda do Rio Dnieper.

Em cenas extraordinárias postadas em redes sociais, uma multidão de moradores festejou quando as forças ucranianas chegaram ao centro de Kherson. Em um vídeo que circulou na internet, uma jovem ucraniana toca violino enquanto os soldados caminham pelas ruas.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse que foi um dia “histórico” ao confirmar que unidades especiais estavam na cidade. “Kherson está retornando ao controle da Ucrânia”, disse

Derrota

Horas antes, o Ministério da Defesa russo emitiu uma nota que dizia ter concluído a retirada de 30 mil soldados. “Hoje, às 5 horas da manhã em Moscou, completou-se o transporte das tropas russas até a margem esquerda do Rio Dnieper”.

A perda de Kherson seria o terceiro grande revés russo na guerra, após as retiradas de Kiev e de Kharkiv. Kherson foi a única capital provincial que a Rússia capturou e era um elo importante no esforço da Rússia para controlar a costa sul ao longo do Mar Negro.

Retomar o controle de Kherson também reforça o argumento do governo ucraniano de que deve continuar a pressão militar enquanto as forças russas estão em fuga, e não voltar à mesa de negociações, como alguns governos ocidentais têm defendido – incluindo os EUA.

“A Ucrânia conquista outra importante vitória e prova que não importa o que a Rússia faça, a Ucrânia vencerá”, disse o chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba, no Twitter. Na mesma postagem, ele compartilhou um vídeo de cidadãos ucranianos rasgando uma placa de publicidade russa na cidade de Bilozerka, próxima a Kherson, que dizia: “A Rússia estará aqui para sempre”

Embora tenha comunicado o fim da retirada, o Kremlin manteve um posicionamento combativo, insistindo que a movimentação não representava nenhum constrangimento para Putin. De acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, Moscou continua a ver toda a região de Kherson como parte do país.

“Esta é uma região russa. Foi legalmente anexada e definida. Não pode haver mudanças aqui”, declarou Peskov, acrescentando que o Kremlin não se arrepende de ter reconhecido oficialmente a anexação de Kherson, Donetsk, Luhansk e Zaporizhzia, seis semanas atrás.

Pouco antes do anúncio russo, o gabinete do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, descreveu a situação na província como “difícil”. Bombardeios russos foram relatados em algumas aldeias e cidades que foram recuperadas nas últimas semanas. O Estado-Maior do Exército da Ucrânia disse que as forças russas também deixaram um rastro de casas saqueadas, linhas de energia danificadas e estradas minadas.

Serhii Khlan, um oficial ucraniano de Kherson, contestou a afirmação das Forças Armadas russas de que as tropas em retirada levaram todos seus equipamentos, dizendo que muita coisa foi deixada para trás. Khlan, que conversou com jornalistas de fora da cidade, disse que alguns soldados russos também foram deixados para trás vestidos com roupas civis, possivelmente para realizar atos de sabotagem.

Rendição

A inteligência ucraniana postou ontem uma declaração em russo, nas mídias sociais, pedindo que as tropas russas que ficaram se rendam. O pedido foi feito após surgirem relatos de uma retirada caótica, com soldados feridos sendo abandonados ou feitos prisioneiros.

Um soldado russo disse que algumas unidades foram instruídas a escapar de qualquer maneira. Oficiais ucranianos relataram ter visto recrutas russos se afogando ao tentar cruzar o Rio Dnieper.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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