A irmã de André Hack Bahi, o brasileiro de 43 anos que diz ter se aliado voluntariamente às tropas ucranianas para lutar contra a Rússia, disse na manhã desta quarta-feira, 8, ao Estadão desconhecer a informação que seu irmão esteja morto. Tatiane Hack Bahi, natural de do Sul (RS) afirmou que a família está tentando contato com o (Ministério das Relações Exteriores) e com a Embaixada do Brasil em Kiev, mas ainda não receberam uma confirmação oficial.

“Essas que estão veiculando na mídia de que ele está morto, e que confirmamos isso, não é verdade. Não temos nada de concreto. Eles viram uma homenagem que fiz ao meu irmão, e tomaram isso como confirmação, mas não foi o que eu falei. Talvez eu não deveria ter divulgado a postagem. Meus pais e nós (irmãs) ainda temos esperança de encontrar André vivo”, disse esperançosa Tatiane.

André Hack Bahi desembarcou na em 28 de fevereiro, quatro dias depois do início da invasão russa. A última informação que Tatiane e sua família obtiveram era de que André estava numa missão em Severodonetsk, no leste da Ucrânia, uma região dominada pelos russos.

Amigos e combatentes que atuaram no front da guerra junto com André têm publicado a notícia de sua morte nas redes sociais. Nesta quarta-feira, o soldado brasileiro André Kirvaitis fez uma homenagem ao seu colega brasileiro, onde publicou um vídeo no Instagram. “Mais um soldado ânimo, que como outros deu a vida em combate pela liberdade e pela paz, eu não vou deixar seu nome ser esquecido, obrigado por tudo irmão, você está na verdadeira vida agora, a terra eh uma breve passagem perto da eternidade, você cumpriu sua missão com honra”, diz o texto.

O Ministério das Relações Exteriores informou na última terça, 7, que não poderia confirmar a morte, mas a Embaixada do Brasil em Kiev estava apurando os relatos de que um brasileiro teria morrido em conflito em território ucraniano.

Em nota enviada à reportagem, o Itamaraty confirmou que busca as informações sobre o que houve com Bahi e explica que está à disposição para prestar a assistência cabível. “Assim como tem feito desde o começo do conflito, o Itamaraty continua a desaconselhar enfaticamente deslocamentos de brasileiros à Ucrânia, enquanto não houver condições de segurança suficientes no país”, reforça a nota.

Se confirmada oficialmente, essa seria a primeira morte que se tem notícia de um brasileiro no conflito iniciado com a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro.

Tanto o perfil de Kirvaitis como o de Bahi no Instagram divulgam um link da Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia, para a qual os brasileiros dizem ter se voluntariado.

O site, lançado pelo governo ucraniano em março, dá instruções a estrangeiros de pelo menos 60 países de como se voluntariar. Na aba dedicada ao Brasil, as instruções levam ao site e às informações de contato da Embaixada da Ucrânia.