Coronavírus: Autoridades dizem que 23 milhões foram infectados nos EUA
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) estimou na quinta-feira, 25, que o número de americanos infectados com a covid-19 seja dez vezes maior do que o de casos relatados. Segundo Robert Redfield, diretor da agência de proteção da saúde pública nos EUA, cerca de 23 milhões de americanos teriam contraído o vírus. […]
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O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) estimou na quinta-feira, 25, que o número de americanos infectados com a covid-19 seja dez vezes maior do que o de casos relatados. Segundo Robert Redfield, diretor da agência de proteção da saúde pública nos EUA, cerca de 23 milhões de americanos teriam contraído o vírus.
“Nossa melhor estimativa agora é que, para cada caso relatado, na verdade, existam outras dez infecções”, disse Redfield. De acordo com o diretor do CDC, o cálculo foi feito com base em amostras de sangue, coletadas em todo o país, que detectam a presença de anticorpos contra o vírus.
A boa notícia é que, ao expandir a base de infectados, a mortalidade é bem menor do que se imaginava. A má notícia é que, de acordo com ele, de 92% a 95% da população americana ainda é suscetível ao vírus, o que deixa a imunidade de rebanho ainda distante.
Os EUA têm quase 2,3 milhões de infectados e mais de 124 mil mortos. Mais da metade dos 50 Estados americanos registra aumento diário no número de novos casos. Ontem, três deles bateram recorde de infecções em 24 horas: Alabama, Nevada e Missouri. Sete Estados – Arizona, Califórnia, Flórida, Missouri, Mississippi, Nevada e Carolina do Sul – tiveram a pior semana desde o início da pandemia.
No Texas, um dos Estados mais afetados pela doença, o governador Greg Abbott, republicano e aliado do presidente Donald Trump, declarou a suspensão temporária da reabertura que o território vinha fazendo em razão do salto recente de infecções e de internações decorrentes da covid-19. “Essa pausa temporária ajudará a conter a disseminação até podermos entrar com segurança na próxima fase de reabertura”, disse Abbott.
Para Ashish Jha, diretor do Harvard Global Health Institute, a aceleração da pandemia nos EUA está diretamente ligada à reabertura apressada da economia do país. “É alarmante. É muito preocupante” disse. “Esperávamos ser capazes de manter o vírus sob controle por um tempo, mas estamos vendo esse ressurgimento, principalmente porque abrimos muito rapidamente e abrimos sem as salvaguardas corretas.”
Confiança
Enquanto isso, a Casa Branca segue convencida de que o aumento no número de novos casos ocorre em razão de um aumento na quantidade de testes. “O número de casos do ‘vírus da China’ cresce em razão da quantidade de testes”, disse Trump ontem , se referindo à origem do coronavírus, como forma de culpar os chineses pela pandemia.
Os EUA já realizaram 30,5 milhões de testes – cerca de 92 mil testes para cada milhão de habitantes. No entanto, proporcionalmente, outros países testaram mais: Reino Unido (128 mil por milhão de habitantes), Rússia (124 mil por milhão) e Espanha (110 mil por milhão).
Além disso, especialistas em saúde pública dizem que, no caso dos EUA, o aumento no número de testes, por si só, não justifica o aumento rápido de novos casos. Em vários Estados americanos, o crescimento das infecções é proporcionalmente maior do que o aumento no número de testes.
“É quase certo que o crescimento no número de casos, em alguns Estados, ocorre porque mais pessoas estão sendo infectadas”, disse Jennifer Nuzzo, epidemiologista da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg, que qualificou a teoria de Trump como “perigosamente errada”.
Outro número que chama a atenção é a quantidade de óbitos, que vem caindo proporcionalmente ao número de casos – o que indica uma mortalidade menor do vírus. A explicação é que, no começo da pandemia, testava-se apenas quem estava bem doente – o que aumentava a taxa de mortalidade. Agora, os testes incluem pessoas assintomáticas, que nem sequer precisam de internação. (Com agências internacionais)
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