Supremo Tribunal russo mantém veto à candidatura de opositor de Putin
O Kremlin defende que ausência não afeta a legitimidade da eleição
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O Kremlin defende que ausência não afeta a legitimidade da eleição
O Supremo Tribunal da Rússia rejeitou neste sábado (30) a apelação do líder da oposição russa, Alexei Navalny, contra uma decisão da comissão central de eleição do país que veta sua participação nas presidenciais de 2018.
Na segunda-feira (25), ele foi considerado inelegível e proibido de concorrer na eleição do dia 18 de março devido a uma pena de prisão suspensa.
A decisão da comissão era previsível, uma vez que a comissão eleitoral já havia advertido em várias ocasiões que Navalny não poderia concorrer a um cargo eletivo antes de 2028.
Em fevereiro, Navalny foi considerado culpado de fraude e recebeu uma sentença de cinco anos de prisão, que posteriormente foi suspensa. Considerado o principal opositor de Putin, ele diz que tudo foi organizado para impedi-lo de se candidatar à Presidência.
Legitimidade
Diante da popularidade do presidente, no poder há 18 anos, e da ausência de seu principal opositor, alguns observadores temem que a abtenção nas eleições seja elevada, o que enfraqueceria a legitimidade do resultado. O Kremlin defende que a ausência do opositor na disputa não afeta a legitimidade da eleição.
Para a alta representante da União Europeia para a Política Externa, Federica Mogherini o veto à candidatura presidencial do líder da oposição coloca “sérias dúvidas” sobre a realização de eleições “democráticas” na Rússia, segundo a agência Efe.
A chefe da diplomacia da UE lembrou que o Tribunal Europeu de Direitos Humanos considerou que Navalni, que foi condenado por desvio de fundos, teve “negado o direito a um julgamento justo em seu processo de 2013 pelas mesmas acusações”.
Campanha permanente
Navalny mantém sua campanha há meses, o que lhe permitiu estabelecer uma base leal de partidários, às vezes muito jovens, graças a vídeos virais que denunciam a corrupção das elites.
Em março e junho também organizou protestos anticorrupção em uma escala sem precedentes desde as manifestações em 2011 e 2012.
Ele ficou detido no fim de março por 15 dias pela organização de um protesto não autorizado e por se negar a obedecer as autoridades durante a prisão. Nessa ocasião, quase mil pessoas foram detidas pela polícia em protestos em todo o país.
A detenção em março ocorreu após Navalny publicar um relatório em que acusa o primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, de se encontrar à frente de um império imobiliário financiado por oligarcas.
Em junho, ele voltou a ser detido e impedido de participar de outro protesto contra a corrução.
Sua popularidade, no entanto, ainda está longe da de Vladimir Putin, aprovado por cerca de 80% dos russos, de acordo com as últimas pesquisas.
Putin, que chegou em 2000 à presidência de um país instável político e economicamente, é elogiado por muitos cidadãos russos por ter trazido prosperidade, principalmente graças ao petróleo, e por colocar a Rússia de volta no cenário internacional.
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