Ex-espião britânico foi autor de relatório polêmico sobre Trump na Rússia

Ex-autoridades britânicas de inteligência disseram que Steele passou anos sob disfarce diplomático

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Ex-autoridades britânicas de inteligência disseram que Steele passou anos sob disfarce diplomático

Christopher Steele, que escreveu relatórios sobre suposto material comprometedor que agentes russos teriam coletado sobre o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, é um ex-oficial do Serviço Secreto de Inteligência do Reino Unido, de acordo com pessoas familiares com sua carreira.

Ex-autoridades britânicas de inteligência disseram que Steele passou anos sob disfarce diplomático trabalhando para a agência –conhecida como MI-6– na Rússia e em Paris, assim como no gabinete de Relações Exteriores e da Comunidade Britânica, em Londres.

Após ter deixado a agência de espionagem, Steele forneceu à polícia federal dos EUA, o FBI, informações sobre corrupção na Fifa. Foi seu trabalho sobre corrupção na entidade que administra o futebol internacional que lhe deu relativo crédito para sua pesquisa sobre os assuntos de Trump na Rússia, disseram autoridades na quarta-feira.

Emails vistos pela Reuters indicam que, em meados de 2010, membros do FBI em Nova York, designados para investigar “Crime Organizado na Eurásia”, encontraram-se com Steele em Londres para discutir alegações de possível corrupção na Fifa.

Pessoas familiares com as atividades de Steele disseram que a sua companhia sediada em Londres, a Orbis Business Intelligence, foi contratada pela Associação de Futebol da Inglaterra para investigar a Fifa. À época, a associação esperava sediar a Copa do Mundo em 2018 ou 2022. Registros mostram que a Orbis foi constituída em março de 2009.

Em meio a diversas alegações de corrupção, a Copa do Mundo de 2018 foi concedida a Moscou, e a de 2022 foi para o Catar.

Uma equipe do FBI, cujos membros encontraram-se com Steele outras vezes, abriu uma grande investigação sobre corrupção no futebol, a qual levou a dezenas de indiciamentos nos Estados Unidos, incluindo de proeminentes figuras internacionais do esporte.

Steele foi inicialmente contratado pela FusionGPS, uma empresa de pesquisa política sediada na capital dos EUA, para que investigasse Trump em nome de republicanos não identificados que queriam acabar com a campanha presidencial do magnata de Nova York ainda nas primárias.

A rede britânica BBC relatou que Steele foi inicialmente contratado por Jeb Bush, um dos 16 oponentes de Trump na primária republicana de 2016. A Reuters não conseguiu verificar essa informação.

O investigador foi mantido na missão pela FusionGPS após Trump ter conquistado a nomeação do partido para disputar a Presidência, e sua informação foi circulada entre figuras do Partido Democrata e membros da imprensa.

O contato de Steele com o FBI sobre Trump foi iniciado em julho. No entanto, Steele cortou comunicação com a agência um mês antes das eleições de 8 de novembro, por frustração com o lento progresso dos agentes federais norte-americanos.

O FBI abriu investigações preliminares sobre Trump e as ligações de pessoas próximas a ele com russos, em parte baseadas nos relatórios de Steele, de acordo com pessoas familiares.

O site BuzzFeed publicou os relatórios de Steele sobre Trump em seu site na terça-feira, mas o presidente eleito e seus assessores disseram que as informações eram falsas. Autoridades russas também negaram.

Pessoas próximas a Steele disseram, na quarta-feira, que ele não estava disponível para comentários.

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