Jornalistas assassinados mereceram morrer, diz presidente das Filipinas

“Alguma coisa fizeram”, disse Rodrigo Duterte

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“Alguma coisa fizeram”, disse Rodrigo Duterte

O novo presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, adicionou uma nova polêmica para sua lista. Ele afirmou na última terça-feira (31) que a maioria dos jornalistas que morreram em seu país mereciam ter sido assassinados. As Filipinas é um dos países com maior número de assassinatos de jornalistas no mundo.

De acordo com o jornal português Diário de Notícias, Duterte afirmou durante uma coletiva de imprensa em Davao, cidade onde era prefeito até ser eleito presidente, que “a maioria dos que foram mortos, para ser franco, alguma coisa fez”. Ele respondia a um repórter que questionou o que Duterte pretende fazer para evitar mortes de profissionais da imprensa, depois de mais uma morte na capital Manila, na semana passada.

Caso Pala

“Não se é morto se não fizer algo de errado”, afirmou o presidente. “Só por ser jornalista, não se está livre de ser morto se for um filho da …”, defendeu Duterte. Ele usou como exemplo Jun Pala, jornalista político assassinado em 2003 por atiradores, após severas críticas contra o próprio Duterte. O caso de Pala nunca foi solucionado pela Justiça filipina.

“O exemplo disso é Pala. Não quero diminuir a sua memória, mas ele era um grande filho da … Mereceu o que lhe aconteceu”, acrescentou o presidente recém-eleito. Segundo o Diário de Notícias, Duterte é acusado de envolvimento em grupos de extermínio. Ele também defende homicídios de traficantes e membros de facções criminosas.

Polêmicas

Rodrigo Duterte foi eleito após uma dura campanha, em que defendeu a volta da pena de morte no país. Recentemente, ele afirmou que criminosos devem ser enforcados até ficarem sem cabeça, e defendeu que o enforcamento é o modo mais justo de se condenar à morte, já que pouparia balas a ser gastas com fuzilamento.

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