Partido de esquerda Syriza vence as eleições na Grécia

Candidato da oposição reconheceu a derrota e felicitou Alexis Tsipras

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Candidato da oposição reconheceu a derrota e felicitou Alexis Tsipras

O partido de esquerda Syriza, de Alexis Tsipras, venceu as eleições deste domingo (20) na Grécia, informou a agência Reuters, derrotando o conservador Nova Democracia.

Com cerca de um quarto dos votos contabilizados, o partido de Tsipras, o Syriza, já desponta com cerca de 35,3% dos votos, deixando facilmente para trás seu principal adversário, o conservador Nova Democracia, com 28,1% dos votos, de acordo com a Reuters.

O líder conservador grego Evangelos Meimarakis reconheceu sua derrota nas legislativas contra o líder esquerdista Alexis Tsipras, a quem felicitou por sua vitória. “O resultado eleitoral parece se consolidar com Syriza e o senhor Tsipras na liderança. Eu o parabenizo e peço que crie logo o governo que é necessário”, disse.

O ministro do Interior disse que o resultado das urnas garantirá 144 assentos no parlamento (que tem 300 cadeiras), cinco a menos do que quando o Syriza chegou ao poder pela primeira vez no início do ano.

 

Crise no país

Tsipras foi eleito primeiro-ministro da Grécia em janeiro, mas renunciou ao cargo em agosto após sua coalisão de governo se fragmentar depois do acordo com os credores do país por um novo pacote de resgate financeiro.

A União Europeia e o FMI exigiam que a Grécia implementasse, em troca de ajuda econômica, medidas de aperto duramente criticadas por Tsipras em sua campanha eleitoral no início do ano. Entre essas medidas estavam ajustes no sistema de aposentadoria e aumento de impostos.

Eleito com a promessa de acabar com medidas de austeridade, ele acabou cedendo à pressão da União Europeia e aceitou adotar medidas de austeridade – mesmo após o referendo realizado em julho,em que 61% dos gregos se mostraram contra a aceitação do acordo.

Tsipras aceitou o acordo com a União Europeia após várias semanas de negociação, quando incertezas agravaram a crise no país após o não pagamento da parcela de uma dívida com o FMI. Para evitar que os gregos, assustados com a crise, corressem aos caixas eletrônicos para retirar seu dinheiro e acabassem quebrando as instituições, os bancos ficaram fechados por dias. A dívida com o FMI foi paga após um empréstimo-ponte de € 7,16 bilhões acertados na semana passada junto ao EFSM (Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira).

Após aceitar o acordo, Tsipras afirmou que assinou um texto no qual não acreditava para evitar um desastre. “Assumo mais responsabilidades por qualquer erro que eu possa ter cometido. Assumo minha responsabilidade pelo texto em que eu não acredito, mas que assinei para evitar um desastre para o país”, declarou Tsipras à TV pública grega ERT em julho.

Mais de vinte deputados abandonaram a base de Tsipras, segundo a Reuters, muitos deles dizendo que o primeiro-ministro traiu seus princípios.

Com exceção do Aurora Dourada e do partido comunista KKE, os principais partidos no novo parlamento concordam com o acordo que mantém a Grécia na zona do euro.

“Depois de anos em uma crise quase sem precedentes, a vasta maioria dos gregos estão apoiando partidos que prometem manter o país na zona do euro, mesmo que isso implique em completas e dolorosas reformas”, disse Holger Schmieding, economista-chefe do banco Berenberg da Alemanha, segundo a Reuters.

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