No último domingo (10), Victor Meyniel voltou a falar sobre a sofrida no dia 02 de setembro, na portaria de um prédio em Copacabana. Ao Fantástico, ainda muito abalado, o ator rebateu o que foi dito por Karina de Assis Carvalho, amiga de Yuri de Moura Andrade, em depoimento.

Além de novos detalhes sobre o crime, a reportagem apresentou novas imagens da câmara de vigilância do prédio, que mostram que Meyniel levou 42 socos durante 40 segundos. “Eu nunca imaginaria que isso poderia acontecer comigo, de coração. Agressão não é justificativa. É isso, é sobre civilidade. A gente tem que evoluir”, disse o ator muito emocionado.

Victor ainda reafirmou que não conhecia Yuri e que aquela noite, na boate do Rio de Janeiro, foi a primeira vez que eles tinham se visto. “Nunca tinha o visto na minha vida. Eu achei um cara muito bonito, com um papo legal, falou que era de medicina, me convidou para ir até a casa dele, pra gente beber um vinho”, lembro o ator. “Chegamos lá, ele abriu um vinho. Sentamos no sofá, tiramos os sapatos, bebemos o vinho e ficamos vendo clipe”, acrescentou ele.

Ainda segundo Meyniel, o comportamento do agressor mudou completamente quando a médica, Karina de Assis Carvalho, amiga de Yuri, chegou do plantão, por volta das 07h30. “Ficou um clima completamente desconfortável. Ele fiou frio, completamente frio, distante. Eles começaram a se desentender entre eles, pois a porta estava destrancada e ele tinha aberto um vinho dela. Então eu comecei a me sentir nervoso, acuado, meio esquisito e comecei a quebrar o gelo, porque eu sou assim, eu tenho essa personalidade”, pontuou.

A reportagem exibiu ainda uma conversa entre Karina e Yuri, em que o estudante de medicina avisou a companheira de apartamento que teria aberto a bebida, afirmando que tinha um famoso em sua casa. A médica teria demonstrado preocupação, devido ao preço do vinho, mas o agressor teria tentado acalmá-la. “A gay tem 1 milhão de seguidores”, escreveu ele na mensagem.

Sobre o depoimento de Karina, Victor rebate

Durante seu depoimento à polícia, Karina afirmou que o ator teria invadido sua privacidade várias vezes, entrou no seu quarto sem bater na porta e ainda disparado falas debochadas sobre seu signo. Em uma dessas invasões do ator, ele ainda teria isto a médica nua. Sobre as acusações, Victor rebateu:

“Jamais! Bati na porta, ofereci um prato de comida a ela, conversei com ela. Perguntei do signo dela, brincando”, explicou o ator. “Eu estava com raiva pela situação que eu passei e falei assim: ‘você não tem que agir assim”, contou.

Saída de Victor do apartamento

Após o momento de discussão, Yuri teria deixado o apartamento para ir à academia do condomínio, afirma Karina em seu depoimento. Neste momento, ela teria mandado mensagens para o agressor, pedindo para tirar Victor do apartamento. Segundo Victor, foi neste momento que as agressões começaram. “Quando ele subiu, ele já [estava] numa agressividade bizarra. Me colocou pra fora, me expulsou, me empurrou, eu caí no elevador. Eu comecei a ficar tentando entender na minha cabeça aquela situação, daquele ato agressivo”, contou.

“Por ambas as partes, não rolou nenhum tipo de conversa comigo, de que eu estava sendo, na visão deles, inconveniente. Jamais. Tanto que, quando ele me empurra, em vez de só pedir gentilmente e civilizadamente, eu bato na porta, desesperado, começo a chorar, e escuto ela de fundo falar assim: ‘Calma, não é pra tanto, não precisa desse ato, não é pra tanto'”, explica Victor.

Briga antes da agressão

Yuri e Meyniel discutiram por quase 1 minuto, em frente ao elevador, antes do ator descer para o térreo. Neste momento, Victor é empurrado e bate sua cabeça no espelho do equipamento. As câmeras do condomínio mostram que o estudante vai atrás do ator, por outro elevador. “Eu ia embora, estava na portaria para isto, mas ele veio falar comigo. Tem uma hora que a gente está andando pelo hall e ele me empurra. Eu fico mais revoltado ainda pela agressão, mínima que seja”, afirma.

Segundo o artista, as agressões começaram quando ele perguntou a Yuri se o rapaz era assumido quanto à sua sexualidade. “Eu falo, indignado, completamente frustrado e com raiva. Pergunto porque ele tinha feito aquilo, se ele não era assumido”, explica. É neste momento que o agressor começa a desferir socos contra Meyniel. “Enquanto ele me batia, falava: ‘Viadinho é você! Eu não sou!”, relembra.

Sobre o porteiro do prédio, Gilmar José Agostini, Victor destacou: “Não é sobre os porteiros. É sobre prestar socorro, é sobre ser empático, humano. Ele chamou o síndico depois de eu ter ligado para 190”, conta o ator. Lembrando que Gilmar foi indiciado por omissão de socorro.

O porteiro também prestou depoimento. Ele ainda afirma que Victor chegou a desmaiar e logo após as agressões, Yuri seguiu para a academia. Gilmar explicou que chamou o síndico e que não gosta de se meter na vida dos outros.

Yuri foi indiciado por lesão corporal, injúria por homofobia e falsidade ideológica, já que havia apresentado uma carteira da aeronáutica, como se fosse médico da instituição.