Após internautas pedirem a demissão de Léo Dias, o colunista do Metrópoles pediu perdão a Klara Castanho após expor a atriz, que foi vítima de estupro. Em artigo publicado na coluna do portal, Léo tentou justificar a matéria publicada sobre a da global.

No relato, Léo começou afirmando que foi procurado por uma profissional de saúde e informado sobre o caso, que era o de Klara Castanho. “Até aquele momento, eu não tinha noção do contexto de violência envolvendo a gestação”, disse.

Léo afirmou que quando soube que era da atriz o bebê que seguiu para adoção logo após o parto, conversou com a e a própria global. “Na conversa, Klara me relatou a violência de que foi vítima. E sua decisão de entregar a para a adoção. Me pediu que eu não escrevesse sobre o assunto”, lembrou.

O colunista afirma que se comprometeu a não expor a história publicamente, no entanto comentou sobre o assunto com outras pessoas. “Desde aquele momento, esta história não saiu da minha cabeça. Confidenciei isso a duas pessoas próximas”, escreveu no Metrópoles.

Léo compartilhou a história

Contudo, após algum tempo, rumores e histórias foram compartilhadas sobre suposta gravidez de uma atriz global. Léo disse que resistiu “mesmo tendo sido provocado a falar sobre o caso”.

No entanto, o colunista publicou matéria sobre o assunto. No pedido de perdão à atriz, ele justificou que “a postagem que fiz relatando o nascimento da criança e a adoção foi posterior à carta que Klara escreveu sobre tudo o que passara”.

“Mesmo que a revelação da história não tenha partido de mim, mesmo que Klara tenha escrito uma carta pública narrando a dor que sentiu com toda esta violência e que eu só tenha escrito sobre o assunto após a carta dela ser publicada”, afirmou. Por fim, Léo pediu desculpas: “Apesar da minha proximidade com o fato, reconheço que não tenho noção da dor desta mulher. E, por isso, peço, sinceramente, perdão à Klara”.

Exposição

A atriz Klara Castanho sofreu exposição feita pelo colunista Leo Dias, do Metrópoles, que compartilhou a história em partes da gestação da global sem citar nomes. No entanto, o assunto tomou tamanha proporção que a própria vítima se pronunciou, relatando de forma profunda a dor e circunstâncias da gestação, fruto de um estupro vivido pela jovem.

“Fui estuprada. Relembrar esse episódio traz uma sensação de morte, porque algo morreu em mim. Não estava na minha cidade, não estava perto da minha família nem dos meus amigos”, relatou. A atriz ainda tentava superar a violência que sofreu, quando o sigilo foi quebrado pelo colunista.

“Tive a ilusão de que se eu fingisse que isso não aconteceu, talvez eu esquecesse, superasse. Mas não foi o que aconteceu”, escreveu Klara. A global disse que tomou pílula do dia seguinte e fez exames após o estupro, no entanto começou a passar mal meses depois. “Foi um choque, meu mundo caiu. Meu ciclo menstrual estava normal, meu corpo também. Eu não tinha ganhado peso nem barriga”, relembrou sobre a descoberta da gravidez.

A gestação foi descoberta nas últimas semanas, assim a atriz — que poderia ter realizado aborto legal segundo a legislação brasileira — decidiu ter a criança e coloca-lá para adoção. “Passei por todos os trâmites: psicóloga, ministério público, juíza, audiência – todas as etapas obrigatórias”, explicou sobre a decisão. No entanto, ao acordar após o parto, Klara disse que foi ameaçada por profissionais da saúde, que afirmaram que poderiam vazar a história.

“Quando cheguei no quarto, já havia mensagens do colunista, com todas as informações. Ele só não sabia do estupro”, relatou sobre o momento que ainda estava com anestesia. A atriz disse que foi procurada por outro colunista depois e explicou a situação da violência, assim como para o outro.

“Bom, agora, a notícia se tornou pública, e com ela vieram mil informações erradas e ilações mentirosas e cruéis. Vocês não têm noção da dor que eu sinto. Tudo o que fiz foi pensando em resguardar a vida e o futuro da criança”, compartilhou a jovem.