Luiza Brunet relembra primeiro caso de abuso na adolescência
A ex-modelo Luiza Brunet revelou que conviveu com abusos de todos os tipos durante a vida em entrevista ao site Universa, do UOL
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A ex-modelo Luiza Brunet revelou que conviveu com abusos de todos os tipos. Em entrevista ao site Universa, do UOL, Brunet desabafou. Uma das ativistas que repudiam qualquer tipo de violência contra a mulher, a itaporaense relembrou episódios traumáticos que viveu tanto na adolescência, quanto em relacionamentos.
”Passei por todo tipo de abuso na vida, de homem encoxando no ônibus a patrão tentando me bolinar. Parecia que trazia escrita na testa a palavra ‘disponível’. Em 2016, sofri violência doméstica do meu então marido. O homem que, no início, me parecia cuidadoso, generoso, alegre, de repente virou um monstro”, disse ela se referindo ao seu ex- marido, o empresário Lírio Parissoto.
Luiza continuou o relato: “Desde pequena, eu convivo com o abuso. Meu pai era alcoólatra e tinha uma arma. Chegava bêbado em casa praticamente todos os dias e tinha muito ciúme da minha mãe. Tinha dias em que ele a encostava na parede e atirava na direção dela”, começou Luiza.
“Para fugir dessa violência, eu, minha mãe e meus irmãos saímos da roça, em Itaporã, no Mato Grosso do Sul, para uma favela em Inhaúma, na zona norte do Rio de Janeiro. Mas meu pai veio atrás. Eles seguiram juntos e minha mãe só separou dele após 22 anos de casada. Meu pai nunca deixou de beber nem de violar a minha mãe”.
Lembranças e traumas
Ela ainda contou ter sofrido abuso sexual de um vizinho quando tinha 13 anos de idade e trabalhava como doméstica.”Ele sabia quando eu ficava sozinha em casa. Ele entrava e ia direto onde eu dormia. E batia na porta. Não consigo e nem quero lembrar o que ele falava, mas ele me encostava na parede e eu ficava imóvel. E me cheirava e colocava a mão no meu peito e dentro da minha calcinha. Me lembro de um gemido também. Não houve penetração”.
A artista diz que ficou com os traumas causados por tantos abusos e revelou que um dos reflexos dessa violência foi o medo de ser mãe. “Fiquei achando que o abuso poderia ser repetir com meus filhos. Resisti a ter babá porque achava que alguém poderia abusar deles. E, até hoje, mesmo com todo diálogo aberto que tenho com Yasmin, minha filha mais velha, e com Antônio, meu caçula, nada garante que eles não possam ser atacados em algum momento da vida”, concluiu ela.
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