Na estátua de Manoel de Barros, paulistano troca livros por sorrisos
O ponto de distribuição é na esquina da Afonso Pena com a Rui Barbosa
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O ponto de distribuição é na esquina da Afonso Pena com a Rui Barbosa
No cruzamento da avenida Afonso Pena com a rua Rui Barbosa, no centrão de Campo Grande, o paulistano Fábio Rogério Nascimento, 55 anos, troca livros por sorrisos. Em companhia da estátua do poeta Manoel de Barros, ele marca presença no local todas as manhãs, de segunda a segunda, das 9h às 10h.
O projeto começou por acaso, em junho de 2017, quando Fábio ganhou aproximadamente 400 livros de um amigo médico. Com tantos títulos em mãos, ele não achava certo deixá-los guardados e logo deu um jeito de dividir as obras, mas precisava ser de um jeito criativo e convidativo. “Eu sonhei com essa placa, era um domingo, e na segunda-feira eu já estava na Afonso Pena com a Quatorze distribuindo os livros”, recorda.
Os dizeres da placa, “dê um sorriso e ganhe um livro”, o aproximavam das pessoas e em pouco tempo ele se tornou figura conhecida na região central de Campo Grande. Em um banco do canteiro, Fábio espalha as obras e fica sentado ao lado, com o anúncio pendurado no pescoço.
Não há abordagem por parte dele. Geralmente as pessoas se aproximam, por interesse ou curiosidade, e acabam levando um livro. “Talvez por causa do ponto aqui, com a estátua do Manoel de Barros, inspire a literatura nas pessoas, não sei, mas é espontâneo, natural”, comenta.
E assim, Fábio passou a ganhar outros livros, de pessoas e instituições, para compor o acervo de doações e poder continuar a espalhar conhecimento por aí. “Enquanto o Governo tenta alienar, os livros fazem as pessoas pensarem, por isso que eu insisto nesta ideia”.
O projeto cresceu, ele viu que a receptividade das pessoas era grande, assim como a carência pela literatura. Hoje, ele sai das ruas e vai a escolas e hospitais para distribuir os livros. Um dos locais que Fábio sempre visita é a Maternidade Cândido Mariano. “Entrego títulos infantis para as mães, com dedicatória aos bebês, para incentivar a leitura desde pequenos”, comenta o paulistano.
Há oito anos em Campo Grande, o paulistano diz que já morou em várias cidades do Brasil, mas foi aqui na Capital Morena que ele encontrou qualidade de vida e vontade de criar raiz. “Esses dias um amigo me disse para eu escolher um presente, e eu pedi um jazigo aqui”, brinca Fábio.
Doações
Fábio aceita doações e quem quiser contribuir com o acervo dele é só deixar os livros na Biblioteca Municipal de Campo Grande, que fica localizada dentro do Horto Florestal.
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