O dilúvio em Campo Grande, que contabilizou 159 milímetros em 12 horas, na última quarta-feira (4), trouxe não só estragos a serem solucionados como “pontinhos brancos” em diversos trechos das avenidas Afonso Pena e Duque de Caixas. Mais de perto, o que se vê é uma explosão de cogumelos nos canteiros.

O Midiamax percorreu as avenidas e ressaltou que dispersos ou parecendo “uma família”, os cogumelos estão distribuídos, principalmente, no cruzamento entre as ruas Pedro Celestino e Rui Barbosa, na frente da Prefeitura Municipal de Campo Grande e também na Duque de Caixas, nas proximidades de um hipermercado.

“Esta explosão de cogumelos é a decomposição da matéria orgânica. Tivemos a chuva, inundou em vários locais, levando um monte de galhos, muitos deles pararam nos gramados e aí eles começam a se decompor. Agora, por conta da umidade e do sol, os cogumelos que se dispersaram começam a germinar e, em seguida, vão se decompondo por reações químicas”, explicou o biólogo e doutor em ecologia e conservação, José Milton Longo.

Explosão de cogumentos após chuva. Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax
Explosão de cogumentos após chuva. Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax

Conforme o biólogo, com a matéria orgânica, os cogumelos vão se desenvolvendo, grupos de fungos na verdade. “Nós chamamos de Basidioma, antigo ‘corpo de frutificação’, estes grupos de fungos. São vários: tem o orelha de pau, aqueles cogumelos bem fininhos por exemplo, sendo que todos possuem algo em comum, que é crescer com a decomposição da matéria. Desta forma, tem as espécies alucinógenas, comestíveis, os cogumelos shitake por exemplo”, explicou.

No entanto, quando se trata de cogumelos, Milton argumenta que a “regra básica” é não consumir, principalmente se não tiver certeza da espécie. “Isto para a pessoa para não ter uma experiência desagradável, como intoxicação ou algo do tipo”, disse.

Cogumelos são a matéria orgânica se decompondo na grama, diz biólogo. Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax
Cogumelos são a matéria orgânica se decompondo na grama, diz biólogo. Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax

No decorrer do canteiro, segundo o biólogo, o que vemos é a chamada “parte aparente”. “Este é o corpo de fortificação dos cogumelos e, como existem muitas espécies, confundem muito, sobre serem comestíveis ou não. E também tem as espécies que são venenosas, porém, creio que não é o caso destes. Os cogumelos foram dispersos por água, ar, então, como dependem de matéria orgânica em decomposição, estamos vendo esta explosão de cogumelos, que nada mais é do que a matéria orgânica se decompondo na grama”, comentou.

Vão ficar ali quanto tempo?

Cogumelos flagrados na avenida Duque de Caxias. Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax
Cogumelos flagrados na avenida Duque de Caxias. Foto: Nathalia Alcântara/Jornal Midiamax

Os cogumelos, ainda segundo o biólogo, somem na mesma rapidez que aparecem. “Eles aparecem no clima propício, pós-chuva, porém, como se percebe, são efêmeros, como uma fase de vida bastante curta. Eles exibem esta parte aérea e aí, rapidinho, já se decompõem. Nesse meio tempo, amadurecem a parte reprodutiva e são dispersos por vento, água, continuando todo este efeito que proporcionou o crescimento destas espécies”, finalizou.

Veja os trechos onde estão os cogumelos: