‘Lammele’ é ovelhinha de pão-de-ló que renova amizades e adoça o estômago na Páscoa

Mimo substitui ovos de chocolate em tradição abraçada por professora campo-grandense

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Foto: Adriana Loureiro/Arquivo Pessoal

Uma simples mesa, com um prato de “Lammele”, já fica muito chique e diferencia qualquer decoração de Páscoa. No intuito, o objetivo deste bolo é muito maior: presentear a família, renovar amizades e fazer com que a pessoa saboreie o doce em um dos momentos mais importantes do ano.

Em Campo Grande, a professora Adriana Loureiro, de 51 anos, é quem faz a tradicional receita após trazer a forma da França. “Meu irmão mora lá há 10 anos, na região da Alsacia. E foi lá que eu conheci este tradicional bolo de Páscoa, que tem o formato de uma ovelha, fazendo referência ao Cordeiro Pascal”, explicou ao MidiaMAIS.

Amante da cozinha, Adriana diz que, sempre que viaja, traz novos temperos e objetos para reproduzir receitas. “Eu trouxe a forma em 2019 e, em 2020, em plena pandemia, como não conseguia reunir as pessoas em casa, levei um bolo para cada amigo. O lammele é feito tradicionalmente para as crianças, na Páscoa, mas, aqui eu presenteio família e amigos”, comentou.

Forma é de cerâmica e veio de Alsacia, explica professora

Momento do desenformar do lammele. Foto: Adriana Loureiro/Arquivo Pessoal

De acordo com a professora, a massa é de biscoito de tipo genovês e ganha o formato de cordeiro após assar em uma forma de terracota, composta por duas formas montadas. “Aqui no Brasil posso dizer que a receita é tipo um pão-de-ló tradicional. A diferença é a forma, que é de cerâmica artesanal e veio direto de Alsacia”, explicou.

Ainda segundo Adriana, as pessoas geralmente ficam muito felizes em receber o lammele. “A quantidade e o dia pra fazer depende do tempo que tenho disponível, já que sou professora, então, acabo aproveitando o feriado para isso. É um presente tradicionalmente dado no domingo de Páscoa”, pontuou.

‘Este cuidado diz muito sobre amizade’, avalia jornalista

Lammele decorando a mesa do jornalista. Foto: Guilherme Cavalcante/Arquivo Pessoal

O jornalista Guilherme Cavalcante, de 37 anos, ganhou a “ovelhinha”, pela primeira vez, no ano de 2020. “Estava em quarentena com minha mãe, que ficou encantada com o mimo. Nessa época, a nossa amizade ainda estava se fortalecendo e foi, realmente, a partir daí que tudo aconteceu. De repente, a Adriana buzinou lá em casa e deixou a ovelhinha, com toda a etiqueta de covid, usando máscara e com distanciamento”, relembrou.

Conforme o jornalista, o cuidado da professora “diz muito sobre o significado de amizade” e ele chegou a conversar sobre isso com a mãe.

Antiga receita do lammele. Foto: Adriana Loureiro/Arquivo Pessoal

“Achamos de uma atenção, de um cuidado e aí acendeu aquele alerta de que uma pessoa querida estava entrando na nossa vida, pra valer mesmo. No ano seguinte, ela e o marido foram fazer uma surpresa, mas, não estava em casa. Acabei pegando minha ovelhinha depois”, comentou.

Na ocasião, Guilherme diz que levou o lammele para saborear com a sogra, que também ficou encantada. “Sinto que esse cuidado em presentear os próximos diz muito sobre amizade, ainda mais neste período de Páscoa”, finalizou.

Veja o momento do desenformar do lammele:

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