O grupo Ginga Cia de Dança lança um novo espetáculo em Campo Grande, o ‘Silêncio Branco', para celebrar os 35 anos da companhia. Segundo organizadores, espetáculo visa conscientizar as pessoas sobre a violência contra mulher em Mato Grosso do Sul. As apresentações serão em Campo Grande, e Corumbá.

Chico Neller, diretor e principal coreógrafo da Ginga Cia de Dança, disse que a criação da coreografia foi um grande desafio. Depois de mais de um ano de pesquisa, conversas com autoridades, militantes dos Direitos da Mulher, estudos e ensaio, a Companhia está pronta para subir ao palco com o novo trabalho.

O elenco também precisou de muita preparação, inclusive, psicológica para dar vida aos personagens. Ana Carolina Brindarolli, Brendon Feitosa, Diógenes Pivatto, Frantielly Icassatt, Maria Fernanda Figueiró, Patrícia Signoretti e Tanara Maciel entregam o máximo de energia e força cênica em cerca de uma hora de espetáculo.

Segundo Chico Neller, todos, inclusive ele, tiveram de se colocar frente a uma realidade muitas vezes mascarada que a sociedade prefere não ver, como um forte clarão tão intenso e presente que tudo cega. Por isso, a escolha do nome do show: Silêncio Branco.

“Buscamos conversar com as vítimas, tentando entender as estruturas e é tudo tão arraigado que ninguém se abre. Tudo é medo e vergonha. Senti o abismo da ignorância que a sociedade está mergulhada. As informações estão todas aí, consumimos tudo superficialmente como se não nos atingisse. Este trabalho me fez ver o quanto todos estamos ativos nesta engrenagem de violência e seguimos escolhendo nos manter nessa ignorância.”, desabafa Neller.

Para Diógenes Antônio, colocar um homem violento em cena está sendo um dos maiores desafios de sua carreira. “A arte é curativa. Esperamos tocar o público e despertar, que seja, uma pequena uma transformação”, afirma.

A bailarina Patrícia Signoretti foi uma das inspirações para a montagem do espetáculo. A sua atuação em “Velado”, em parceria com Diógenes, despertou Chico Neller para o tema. “Todo o processo de montagem nos colocou frente a este horror. Mesmo como mulher a violência sempre me pareceu distante, a experiência cênica me mostrou que ela é uma teia e envolve tudo, um Silêncio Branco realmente. Estamos prontos para tocar o público”, diz Patrícia, entusiasmada.

Serviço

Confira os dias e das apresentações. A entrada é gratuita.

  • Campo Grande: 26 e 27 de março no Teatro Glauce Rocha;
  • Dourados: 9 de abril no Sucata Cultural;
  • Corumbá: 29 de abril.

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