A verdade é que o bairro Coophasul, na região norte de Campo Grande, deve muito ao tradicional bifão. Pioneiro, seu Dudu deu o nome do bairro em seu estabelecimento comercial, na principal praça da região, e levou muita gente, incluindo a classe política da cidade. Só que, infelizmente, após 15 anos de dedicação, ele teve um infarto e faleceu em plena pandemia. Agora, um antigo cliente e apreciador das generosas porções com meio quilo de carne, está reabrindo a casa e promete a mesma qualidade e tradição.
O empresário Felipe Padilha, de 32 anos, estava “de olho” desde novembro do ano passado. Morador do Santa Luzia, bairro vizinho, ele diz que era cliente assíduo, desde a infância, quando os pais o levavam para comer o bifão. Ao ver, várias vezes, o local fechado, principalmente quando “caçava” algo para comer com a esposa, decidiu entrar em contato com os antigos donos, sendo a mulher e um dos filhos do Dudu, para negociação.
Novo dono está patenteando a marca e pretende abrir outras unidades
“Eu saía com minha esposa e não encontrava nada para comer. Foi aí que fui falar com a família e fizemos a negociação. Queria entrar de forma correta e concluímos todas as transações em janeiro, tudo certinho. Depois, veio a reforma, a compra da marca, que inclusive estou patenteando neste momento e pretendo ainda abrir outras unidades, em Campo Grande. Eu conversei bastante com os vizinhos aqui também e a intenção foi deixar o local aconchegante, sem fugir da tradição”, afirmou Padilha ao Jornal Midiamax.
Segundo o empresário, a intenção com a reabertura é também reviver a história do local, de um senhor que fez sucesso oferecendo fartura e bom atendimento. “Tive várias conversas com a família e eles foram muito solícitos, me passaram dicas e falaram até da questão da chapa para comprar. Acho que time que está ganhando a gente não mexe. Só que a carne, da melhor qualidade, é um segredo nosso, além do tempero, é claro”, brincou.
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Além do tradicional bifão a cavalo, o local também está servindo o bife à parmegiana, que é a sugestão da casa, além de espetos e porções diferenciadas como dadinho de tapioca com geleia de abacaxi e pimenta e pastéis, entre outras.
“Temos o mesmo filé mignon. Antes, era só isso que era oferecido e no frio agregavam caldos e sobá. Não gourmetizamos nada que era tradicional, apenas acrescentamos mais opções”, comentou.
Mesmo com pouca experiência na cozinha, Felipe fala que aprendeu a fazer o bife e buscou funcionários renomados para compor a equipe. “Eu falei, já na entrevista, para estas pessoas. ‘Não entendo tudo de cozinha, mas, sei o que é uma comida boa’. E contratei o cozinheiro que antes estava em uma casa conceituada, assim como o menino que comanda a chapa. São todos acostumados e com muito profissionalismo”, disse.
Bifão não tinha telefone, mas, clientes ligavam na farmácia pedindo reservas
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Ao ouvir relatos na vizinhança, Felipe soube que os clientes faziam reservas pela farmácia, localizada na frente do ‘Bifão’.
“Só a farmácia tinha telefone, então as pessoas ligavam lá pedindo reservas e o dono atravessava a rua e avisava ao seu Dudu. Isso acontecia muito, principalmente no final de semana. E agora, recentemente, quando ainda estávamos em reforma, as pessoas continuaram indo na farmácia e perguntando se ia reinaugurar”, explicou.
Além disso, o empresário já recebeu dois casais que comentaram que todo o início do namoro aconteceu no ‘Bifão’. “Eles contaram que os encontros aconteceram ali e eu achei muito legal. Soube também que o atendimento do seu Dudu era motivo de reunião no Sebrae e estamos aqui para entregar qualidade também. Eu mesmo estou controlando cada situação e pretendo mandar muito bife no prato”, falou, sorrindo.
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Os clientes Brenda Pazzinato, de 28 anos, e Jackson Hoffman, de 37 anos, contam que atravessaram a cidade para conhecer o estabelecimento. “Eu já sabia pelo nome do lugar, que era muito famoso, porém, pela distância da minha casa, eu nunca tinha vindo. Vim na expectativa de ser bom, porque o dono falou que iria ser muito criterioso na qualidade. E, depois de experimentar o bifão, senti realmente a qualidade. Tinha suculência e o tempero é bom demais”, disse Brenda.
Morador da avenida Três Barras, já conhecido por ser um corredor gastronômico da cidade, Jackson fala que também teve a curiosidade em experimentar o bife. “Acho que aqui tem tudo pra dar certo. Tudo o que nós provamos é muito bom. Pedimos o dadinho, a batata, o bife e foram embora duas porções. Estava bom demais”, finalizou.
Confira o antes e depois da reforma no Bifão da Coophasul: