Após três anos de devido à pandemia de covid-19, volta a receber a Parada . Os participantes devem percorrer diversas ruas do Centro e se reúnem para apresentações musicais na Praça da República (Rádio Clube).

“Acho que todos nós como organização e população LGBT estávamos bastante ansiosos, porque esse é o dia que a gente tem esse apoio, para dar visibilidade e lutar pelos nossos direitos, principalmente na nossa sociedade LGBTóbica. Hoje é um dia de celebrar, de alegria para todos nós, mas também é um dia de luta por essas vidas perdidas”, disse o subsecretário de Estado de Políticas Públicas LGBT+, Bastos.

A Parada da Cidadania LGBTQIA+ terá ainda atendimento da Defensoria Pública, orientação sobre saúde e cidadania. Segundo o subsecretário, devem se reunir 15 mil pessoas, mas há a expectativa de superar essa marca devido ao longo período de suspensão do evento.

Para animar esse público e incrementar a renda, vendedores ambulantes também comemoram a volta da Parada. “O negócio é colorir o povo, com respeito. Não é imaginar só cifrão na frente, imaginar alegria para o povo”, conta Walter Diniz, 60 anos.

Ele chegou a distribuir faixas e pulseiras de brinde aos participantes. Morador de São Paulo, ele diz que também participa do evento paulistano. “Tenho o maior carinho pela Cidade Morena”, garante.

Há mais de uma década vendendo itens no evento, Ronaldo Terra, 58, diz que costuma comercializar todo o estoque que leva. “Se Deus quiser, vai vender bem. Acredito que vamos vender bem, as festas voltaram e já começou a movimentar”, afirmou.

Público voltará à Praça do Rádio Clube para shows.

Lílian Basílio, 50, já participou de três Paradas e diz que esse é o momento de rever os amigos LGBTQIA+, que segundo ela, são para a vida toda. “Se você luta pelos seus direitos é maravilhoso, as pessoas tem que ter consciência que somos pessoas. Vim com meu marido, minha filha e amigos e meu pai de santo”, conta.

Acompanhada da irmã de 12 anos, da sobrinha de 6 e do namorado – que é transsexual – Hytalo Augusto, 27, Ana Flávia, de 24 anos, conta que vem sempre com a mãe, mas como ela não veio, decidiu levar as crianças.

“Quero que elas aceitam as pessoas. Desde pequenas elas sabem que namoro um trans. Aqui eu me sinto mais à vontade e é o lugar que consigo ficar sem medo”, diz. Já Hytalo complementa que, ensinando desde cedo as crianças, o preconceito diminui.

“Eu acho que é uma maneira da gente se reencontrar, tanto nós, LGBTs, quanto a sociedade inteira. Acho que é respeito, a criança encontrando a gente desde pequena é maior a chance de respeitar a gente dentro ou fora da família”, avaliou.

A PM (Polícia Militar) e a GCM (Guarda Civil Metropolitana) acompanham a Parada.

Parada LGBT de volta

O percurso começa na Rua Barão do Rio Branco, passa pela Rua Padre João Crippa, Rua Dom Aquino, Calógeras e novamente Barão do Rio Branco para voltar para a Praça do Rádio Clube, onde haverá shows com mais de 50 artistas, praça de alimentação e serviços de saúde e cidadania.

Todas as atrações são regionais. Dentre elas, há apresentações de drag queens, cantores, bandas e DJs. São artistas LGBTQIA+ ou simpatizantes que estão participando sem receber cachê.

Vendedores aproveitam para comercializar adereços como bandeiras.