Para retratar as diferenças entre grafite e pichação, designer cria livro de imagens
Ele espera lançar o livro em breve
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Ele espera lançar o livro em breve
Campo Grande pode não ter tantos muros e paredes cobertos de desenhos, sinalizações e rabiscos, mas por toda cidade, grafites e pichações em diferentes superfícies e níveis são vistas. Caminhando pelas ruas, o graduado em designer pela UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) Jaime Lopes dos Reis Neto, de apenas 24 anos, percebeu que esse tipo de arte era digno de nota. Ele decidiu utilizar o tema em seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), que resultou em um livro gráfico intitulado “Grafite [diferente] Pixação”.
“Para mim faltava algum material que mantivesse tanto um registro do grafite quanto da pichação”, explicou ele à reportagem do MidiaMAIS. Para entender essa diferença, ele começou a pesquisar a fundo esse segmento da arte de rua. “A nomeclatura etimológica que diferencia o grafite ou a pichação só existe no Brasil. Fora daqui se uma pessoa é vista na rua pintando um muro, seja com desenhos ou sinais, é enquadrada da mesma forma, então essa diferenciação é só aqui mesmo”, analisa o designer.
O livro tem mais de 50 páginas com fotos e depoimentos de grafiteiros, que falam sobre tendências, importância desse tipo de arte, que surge muitas vezes nas ruas de forma natural, e sobre a linguagem da pichação. Jaime disse que, para encontrar esses artistas, ele começou a buscar por toda a cidade, já tendo se interessado pelo tema bem antes do seu trabalho de conclusão. “É uma comunicação direta das pessoas que não tem voz e é uma arte que é muito bonita e dá muito trabalho”, acredita.
Dentre os grafiteiros que ele admira, está Enivo, um conceituado artista de São Paulo que deixou sua marca em vários locais da Capital, dentre eles em uma loja na Avenida Calógeras. O MidiaMAIS fez uma lista em 2016 sobre os grafites mais legais da cidade, e o de Enivo estava lá. “Há dois anos atrás ele veio para Campo Grande dar um workshop de grafite e pichação, admiro muito o trabalho dele. Em São Paulo ele tem uma galeria chamada A Sétima, achei ele muito gente boa, e ele é também artista plástico”, relembrou Jaime. Para ele, seu livro faz um delineamento muito responsável das diferenças entre grafite e pichação. O desafio, segundo ele, está também em acabar com o preconceito da sociedade com a arte da rua.
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