Professora dedica a vida a provar que MS tem cordel sim, senhor!
A cordelista recebeu vários prêmios no Brasil
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A cordelista recebeu vários prêmios no Brasil
Ela “respira” cordel desde que nasceu. Em suas recordações mais carinhosas, ele sempre está presente. E era em torno dos cantadores que sua família se reunia por horas e horas. “Lá no Nordeste é assim, a gente vive o cordel desde que nasce. É uma relação muito natural”, me explica Aurineide Alencar, 50 anos, com o sotaque mais doce que já ouvi.
Aos 18 anos ela deixou Catolé do Rocha, na Paraíba, rumo a Mato Grosso do Sul, Dourados, onde fez família e carreira como professora. Mas o Nordeste, este nunca lhe saiu do coração. Os costumes – as raízes – permanecem cristalizados na escritora mesmo depois de 30 anos e ela faz questão de deixar isso bem claro.
Desde muito nova, Aurineide, percebeu que pensava a vida em cordel. Aos poucos começou a escrever o que lhe ocorria na mente e por muito tempo seus alunos formaram o seu único público. A eles apresentava os cordéis novos e se sentia muito feliz ao ver a reação de seus meninos e meninas.
Tudo mudou em 2012, quando em um certo dia, depois de muitos cordéis escritos ao longo dos anos, a artista mostrou um de seus trabalhos para uma amiga. “Ela me disse: Mulher, tem que publicar isso. Eu respondi: Mas como? Isso é coisa à toa que eu escrevo por amor. Não é nada, não!”
Mesmo assim, estava plantada a pulga atrás da orelha da cordelista que recorreu à internet para saber como proceder. “Encontrei uns concursos e pensei em me inscrever. O máximo que poderia acontecer era não ganhar nada, não é?” E foi. Logo de primeira a escritora venceu um concurso literário em Fortaleza, no Ceará e não parou mais.
Foram vários prêmios recebidos, em diversas cidades brasileiras e um livro publicado “Vida em Versos” – que apenas no boca a boca vendeu quase 500 exemplares. Mas faltava o reconhecimento de um lugarzinho para torná-la totalmente realizada: Dourados.
Neste ano, depois de mais de mais de 18 anos, Aurineide recebeu o primeiro prêmio na cidade que escolheu para viver. “Foi um momento muito importante para mim. Receber reconhecimento aqui em Dourados, onde por várias vezes, fui barrada…não consigo nem descrever”, diz.
Caminhada longa
No próximo dia 30 de agosto, a cordelista entra com pedido de aposentadoria depois de 30 anos como professora. “Se pudesse recomeçar a vida, não teria dúvidas. Seria professora”, tenta explicar um pouquinho do que é a sua relação com a educação.
Ao longo de toda sua trajetória como educadora, a professora lutou para inserir o cordel no dia a dia dos alunos. Para ela, o poder pedagógico desta literatura é inquestionável. “Dá para se ensinar tudo com o cordel. Matemática, português e qualquer outra coisa. É preciso tornar as disciplinas menos chatas”, afirma orgulhosa ao se lembrar que por onde encontra seus ex-alunos escuta sempre o mesmo: “a professora Aurineide dos cordéis”. “Para mim isso não tem preço.”
Mesmo com todo amor e dedicação que sempre produziu seus cordéis, a escritora foi impedida de apresentar aos seus alunos os trabalhos. E isso não aconteceu apenas uma vez. Foram várias. “Tinha escola que não aprovava o uso do cordel, não queria nem saber como funcionava.”
Associação dos Cordelistas de Mato Grosso do Sul
O cordel é uma literatura muito antiga, medieval. No Brasil, foi introduzida há mais de 100 anos – primeiro na região Nordeste, onde até hoje é muito forte. No restante do país, a influência do cordel é menor, mas está em todas as partes, inclusive em Mato Grosso do Sul.
Além de Aurineide, o Estado conta com outros artistas do seguimento, como Rogério Fernandes, Odila Lange e Leonir Menegati. No fim do ano passado (2014), eles fundaram a Acoms (Associação dos Cordelistas de Mato Grosso do Sul).
O objetivo da instituição é incentivar a divulgação da Literatura de Cordel nas escolas públicas e privadas do Estado, além de estimular a produção desse material.
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