Onda gourmet na periferia: salão oferece cerveja, livros e batata para agradar

O “Salão Paraná” mistura tudo e mais um pouco para atrair a clientela 

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O “Salão Paraná” mistura tudo e mais um pouco para atrair a clientela 

Há um ano Paraná desembarcou em Campo Grande sem nem saber direito onde a cidade ficava. Recebeu do ex-patrão a proposta de começar uma nova vida em outras terras e aceitou, afinal não tinha nada que o prendesse em Rondônia. Se fixou no Jardim Parati e por lá abriu o “Salão Paraná”.  Até aí tudo bem! O problema é que ele não contava com um fator importante: a concorrência.

“Aqui é cidade grande. Não sabia disso, cheguei achando que seria o único do bairro”, conta Paraná, nascido Elvis Manuel da Silva, 33 anos. Para resolver a questão que lhe estava tirando o sono, Paraná optou por ouvir os clientes.

“Perguntava para eles o que queriam que tivesse aqui. Cada um falava uma coisa e fui fazendo”, diz o homem de fala rápida. A primeira medida foi instalar a internet WI-Fi. “Todo mundo tem celular e se a pessoa tem internet ela não se importa de esperar”, explica ao lembrar para os mais ansiosos que o serviço por lá é bem rapidinho.

Depois vieram os livros. Um dos clientes, morador ali do bairro mesmo, é escritor. Tem vários livros publicados e é ele mesmo que vende. E daí coloquei aqui por consignação. Fico com 30% do que é vendido. E vende, sabia?”

Mas a novidade mais avassaladora veio depois da onda gourmet das barbearias que fazem atendimento especial pela cidade. “O pessoal não tem dinheiro para ir nesses lugares, na verdade nem sabem onde fica. Mas acharam legal, começaram a me pedir e eu atendi”.

Agora, Paraná vende cerveja e batata frita para acompanhar o corte de cabelo. É distração na certa. O pessoal senta por lá e nem vê o tempo passar. “Meu freezer é pequeno então é pouca cerveja. Não dá confusão não. As pessoas chegam bebem umas duas latinhas e quando veem já é hora de cortar o cabelo”, conta.

Apaixonado

Elvis veio para Campo Grande acompanhando o ex-patrão que fugia de “problemas com a mulherada”, mas não imaginada que se apaixonaria pela Capital. “Depois de um mês meu patrão sentiu saudades das mulheres e voltou. Mas me deixou a parte dele e eu vou pagando aos poucos.”

Sem previsão de ir embora daqui, Paraná faz planos para o futuro e espera ampliar o salão em breve. “Se essas coisas derem certo mesmo, logo, logo vou ter que reformar o salão”. Que assim seja, Paraná. Que Campo Grande lhe traga muitos clientes fiéis.

 

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