Avaliação contraditória causa mal estar e protestos entre carnavalescos de Corumbá

Integrantes de diferentes escolas se reuniram para pedir nova entidade

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Integrantes de diferentes escolas se reuniram para pedir nova entidade

A possibilidade da fundação de uma nova entidade carnavalesca em Corumbá, município que é localizado a 444 quilômetros a leste de Campo Grande, está ganhando força após a divulgação da apuração das notas do júri oficial, composto de 18 jurados do Rio de Janeiro e da cidade onde ocorreu o desfile de carnaval, e cuja seleção e contratação foram de responsabilidade da Liesco (Liga Independente das Escolas de Samba).

O acesso a justificativa causou protestos e perplexidade em muitos, pela incoerência de notas dadas pelos jurados no desfile do Grupo Especial. A avaliação do júri sagrou a Império do Morro campeã, com 176,9 pontos; Vila Mamona em segundo com 176 pontos; Marquês de Sapucaí, alcançou 175,5 pontos e a Mocidade da Nova Corumbá teve 175,3 pontos. A campeã do carnaval em 2013 e 2014, A Pesada, com 174,1 pontos e Acadêmicos do Pantanal, com 167,2 pontos foram rebaixadas o Grupo de Acesso.

“Nunca na história do carnaval corumbaense, um desfile e o seu resultado tornaram-se objeto gerador de tamanha polêmica e descrédito. Tal fato pode ser evidenciado pela opinião pública corumbaense, bem como de turistas que assistiram aos desfiles e hoje, demonstram nas redes sociais e através de seus comentários interpessoais, um verdadeiro espanto com o resultado. É claro e notório, que ao entrarmos em uma competição, todos os participantes são sabedores de que poderão sagrar-se vencedores ou não. Porém, perder com verdade na avaliação, é uma dádiva! Já, perder na dúvida, é um crime”, diz um manifesto divulgado a partir de uma reunião ocorrida na quinta-feira (19).

No sábado (21), houve novo encontro com a participação de representantes de cinco das dez escolas filiadas à Liesco: A Pesada, Caprichosos de Corumbá, Imperatriz Corumbaense, Mocidade da Nova Corumbá e Unidos da Major Gama. A Vila Mamona também acompanha o andamento das discussões, mas ainda não definiu posição.

Justificativas dadas por jurados para tirar pontos das apresentações, causaram ainda mais revolta. Em uma delas, o jurado cita que na ala da Mocidade “brinquedos modernos: os games over” um componente estava tirando fotos de celular. Só que a Mocidade, cujo enredo homenageou a Marinha do Brasil, não trouxe em seu desfile esta ala, que na verdade era da A Pesada, que levou para a avenida a temática infantil.

Outro erro de avaliação do jurado foi quando cita “ala dos índios” no desfile da A Pesada. No entanto, a agremiação também não apresentou esta ala.

Requerimento à Liesco

No encontro de onte ficou decidido que A Pesada, com a anuência das outras agremiações participantes, vai encaminhar à diretoria da Liesco requerimento solicitando informações sobre os jurados (quem são, de onde vieram, qual a formação) e ainda a renúncia dos diretores da Liga e dos membros do Conselho Deliberativo, para que a mesma possa passar por um profundo processo de reestruturação moral e ética na condução dos trabalhos para o carnaval 2016. Mas, independente de renúncia ou não, as entidades se mobilizam para se desfiliar e fundar outra instituição. 

“Queremos um carnaval melhor e com ética, transparência na aplicação da verba pública, porque a Liga é presidida de uma forma que todas as dez escolas não têm acesso ao seu estatuto e não sabem quem são os jurados, quem coordena e de onde vêm. Então, paralelamente estamos estudando  a criação de uma nova liga, que realmente abrace seus associados com clareza e transparência”, explicou Edenir de Paulo, diretora de relações de institucionais da A Pesada, para a equipe do Diário Corumbaense.

Após o envio do requerimento, as agremiações irão aguardar a manifestação da Liesco. Se não houver resposta, a assessoria jurídica vai recorrer à Justiça. Nova reunião das agremiações está marcada para o dia 28 de fevereiro para dar andamento aos procedimentos

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