Legislativo destina dinheiro para Apae, mas prefeito segura o pagamento
Diretoria da instituição afirma que prefeitura de Sidrolândia deve subsídios e reteve verba devolvida pela Câmara
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Diretoria da instituição afirma que prefeitura de Sidrolândia deve subsídios e reteve verba devolvida pela Câmara
Uma prática não muito comum em Câmaras Municipais do Estado tentou ajudar a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de uma cidade a bancar seus custos de atendimento a 162 pacientes portadores de necessidades especiais. O fato ocorreu em Sidrolândia, distante a 73 Km de Campo Grande, bem no final do mandato de uma composição de Mesa Diretora do Pode Legislativo local. Um valor de R$ 50 mil dos R$ 300 mil devolvidos pela Casa de Leis no ano de 2014 ao Executivo foi indicado para investimento na entidade, porém o prefeito resolveu quitar outra conta e pendurar o pagamento.
“Avisamos no final de 2014 que a Câmara Municipal estaria devolvendo parte de seu orçamento próprio para o Executivo, que seriam destinados em parte a instituições sociais de Sidrolândia como a Apae e o Hospital Elmíria Silvério Barbosa. Para nós seriam R$ 50 mil que estavam sendo esperados para o custeio de despesas de material e folha de pagamento”, explica o Presidente da Apae-Sidrolândia, Lindomar Bett, que nesta quinta-feira se reuniu com o prefeito para saber sobre o repasse.
A sinalização no encontro foi de que a administração municipal irá destinar o valor à Apae até o final do mês de janeiro, que precisa fechar a folha até o dia 30. O dirigente informou ao Midiamax que o setor de Saúde da instituição, prestador de serviços de atendimento como Psiquiatria, Fisioterapia, Equoterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional segue em funcionamento enquanto a unidade escolar só retornará em fevereiro.
“Os custos operacionais continuam neste mês, pois não é toda a entidade que está de recesso. Iniciaremos em breve a ‘Campanha do Grão’, na qual arrecadamos soja com os produtores da cidade e se angaria recursos para a Apae. Existe a promessa do prefeito quanto ao pagamento de subsídio devido por eles, referente ao ano passado, e ainda a destinação desse dinheiro que veio da Câmara. Se não vier complicará muito”, diz Lindomar, que em 2014 chegou a ganhar uma comenda na Câmara Municipal pelos serviços prestados à frente da instituição. Ele não possui entre que seja portador de necessidades especiais.
Prioridade
O Midiamax tentou entrar em contato com o prefeito de Sidrolândia, Ari Basso, que estava na tarde desta quinta-feira em reunião com secretários da Administração Municipal, e por isso não pode atender a reportagem. Segundo informações de um site da cidade, o gestor teria priorizado, do dinheiro repassado pela Câmara Municipal ao Executivo, o pagamento de contratos com a empresa Morhena Coleta e Engenharia Ambiental.
Pela empresa, o supervisor da Morhena na cidade, Alexandre dos Santos, não quis falar sobre o assunto. A diretoria da concessionária também não confirmou ainda se a prefeitura de Sidrolândia mantinha débitos em haver, que teriam sido quitados nos últimos dias com o dinheiro devolvido pela Câmara Municipal.
Nos últimos dois anos a Prefeitura gastou R$ 1,4 milhão com a Morhena no serviço de coleta e disposição do lixo domiciliar em nove processos de empenho, conforme é mostrado no Portal da Transparência.
Aperto de mão
A ideia de devolver o recurso do duodécimo do Legislativo Municipal para obras de assistência na cidade foi do ex-presidente da Casa de Leis, Ilson Peres de Souza, que obteve o apoio da Mesa Diretora , e dos demais parlamentares da Legislatura. Conta o vereador Nélio Saraiva Paim (PR), ter havido uma indicação expressa para que parte do dinheiro redistribuído ao Executivo tivesse como destino o caixa da Apae, em virtude do trabalho desenvolvido pela entidade, e sua atuação situação financeira da mesma.
“Nos últimos anos, durante essa administração municipal tem ocorrido atrasos no subsídio social que a Prefeitura investe na Apae. Isso não ocorria, o que gera o questionamento sobre o que aconteceu com o dinheiro que sempre tinha esse fim. A Câmara aprova o subsídio, neste caso da devolução fez até um acordo entre o ex-presidente da Casa e o prefeito mas a prioridade com a instituição não vigora”, diz o vereador.
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