A pedra fundamental da inauguração do pavilhão B do hospital foi encontrada com uma cápsula do tempo

A pedra fundamental e a cápsula do tempo enterradas em 1941 marcando o lançamento do “pavilhão B da Santa Casa” foram encontradas pelo jovem Mauricio de Souza Dornellas há dois anos, quando ele brincava em um terreno baldio no bairro Santa Luzia.

A caixa de concreto gravada com a data 21 de setembro de 1941 chamou atenção do rapaz, que não imaginava que havia feito uma descoberta e que se tratava da pedra fundamental de inauguração de um dos pavilhões do hospital Santa Casa. A curiosidade levou Maurício de Souza a abrir a caixa de concreto, quando então encontrou a cápsula do tempo feita de cobre e contendo parte da história da instituição.

Ao abrir a cápsula ele promoveu um resgate de parte do passado do hospital, trazendo lembranças da inauguração do pavilhão, que mostrava ser um fator de progresso para o Estado e um orgulho para todos que fizeram parte dessa história de caridade e dedicação.

Segundo Maurício, a pedra fundamental e a cápsula do tempo foram encontradas por ele em novembro de 2012, quando estava num terreno baldio. “Eu brincava de rolar a caixa de concreto e quando percebi a tampa estava quase se soltando. Então terminei de abrir e percebi que havia uma caixa de cobre. Eu nem tinha noção do que era, mas meu pai achou interessante e então trouxemos para casa e tomamos conta dela até hoje”, conta o jovem.

Segundo Nilton Dornellas, pai de Maurício, a caixa de cobre estava bem acondicionada, o que o levou a acreditar que se tratava de algo importante. “Só quando conseguimos abrir a caixa de cobre é que descobrimos que era relacionada à Santa Casa. Contamos para os nossos amigos e então resolvemos entrar em contato com o hospital para entregar esse bem valioso”, conta Nilton.

Na caixa de cobre (cápsula do tempo) havia uma ata com nome das pessoas presentes na inauguração, cópia do estatuto do hospital e lembranças da data do evento, como um exemplar do extinto jornal O Progressista, além de uma cédula de 10 mil réis e oito moedas. “É um marco importante, principalmente neste momento em que estamos finalizando um arquivo sobre a história da Santa Casa”, avalia o 1º Secretário da Associação Beneficente de Campo Grande, Heitor Freire.

O jornal O Progressista, hoje fora de circulação, na época anunciava o lançamento da pedra fundamental da inauguração do pavilhão B, denominado na época “Sanatório da Santa Casa”. Destacava, principalmente, como o hospital era querido pela população.

“Será lançada hoje, em uma cerimônia solene, a pedra fundamental do novo Pavilhão particular do Hospital da Sociedade Beneficente de Campo Grande, a nossa SANTA CASA, como é carinhosa e justamente apelidada pela população. Marco importantíssimo na vida de nossa tradicional casa de caridade, representando o início de uma nova era na história da assistência médica campo-grandense”, diz trecho do texto publicado do jornal O Progressista de 21 de setembro de 1941.

Conforme o presidente da Associação Beneficente de Campo Grande, Wilson Levi Teslenco, o fato deve ser comemorado por todos já que se trata de um momento histórico não apenas para o hospital, mas também para Campo Grande. “A história do hospital está entrelaçada com a da Santa Casa, já que a existência do hospital é fruto da mobilização da sociedade”, afirmou.