Senadores esperam investimentos para mudar quadro da violência

De 2002 a 2012, o total de assassinatos no Brasil subiu de 49.695 para 56.337, o que representa uma taxa de 13,4% em termos absolutos, a maior registrada no país desde 1980. Mas, levando em consideração o crescimento da população, o aumento foi de apenas 2,1%. Esses são dados da prévia do Mapa da Violência […]

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De 2002 a 2012, o total de assassinatos no Brasil subiu de 49.695 para 56.337, o que representa uma taxa de 13,4% em termos absolutos, a maior registrada no país desde 1980. Mas, levando em consideração o crescimento da população, o aumento foi de apenas 2,1%.

Esses são dados da prévia do Mapa da Violência 2014. Os Jovens do Brasil, divulgada na última terça-feira (27). A pesquisa, realizada pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz há uma década, leva em conta as mortes ocorridas em acidentes de trânsito, os homicídios e os suicídios e utiliza como base dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.

De 2011 para 2012, houve um aumento de mais de 7% na taxa de homicídios no país. Em números, isso significa uma passagem de 52.198 casos para 56.337. No estado de Roraima, o aumento foi de 71,3%, o maior do país. Alguns estados obtiveram quedas nas taxas de homicídios, como Espírito Santo, Pernambuco e Alagoas. Apesar desse decréscimo, o estado de Alagoas ainda é o mais violento do país, com um número de 64,6 assassinatos para cada 100 mil habitantes, mais que o dobro da média nacional, que é de 29 assassinatos. Os estados de Santa Catarina e São Paulo obtiveram as menores taxas, 12,8% e 15,1%, respectivamente. Pela Organização Mundial da Saúde o índice considerao aceitável é de 10 mortes por 100 mil habitantes.

Os senadores dos estados que apresentam resultados significativos na pesquisa reivindicam mais investimentos para segurança pública, cobram ações dos governos e defendem políticas para promoção de igualdade sociais para mudar o quadro da violência no Brasil que .

Segundo o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), o aumento da taxa em Roraima se deve a um desgoverno, desde o fim do mandato anterior e por todo o atual mandato.

– O atual governador, Anchieta Junior, realmente deixou o estado em um caos. Saúde, educação, transporte, segurança, tudo. Fora a falta de investimento do governo federal nesse setor. A segurança pública não pode ser uma responsabilidade só do estado, tem que ser uma política nacional – afirmou.

Para o senador, a situação se complica em seu estado por se localizar em uma fronteira.

– Estamos abertos a tráfico de drogas, a contrabando de armas, a tráfico de pessoas… Tudo isso agrava a situação, apesar de ser um estado pequeno.

Para a senadora Ana Rita (PT-ES), apesar da queda no número de homicídios no Espírito Santo, o decréscimo foi insignificante.

– O Espírito Santo ainda continua em segundo lugar entre os estados onde há maior taxa de assassinatos. Apesar de essa queda ter contribuído de alguma maneira, eu não consigo visualizar uma política efetiva de enfrentamento à violência contra os jovens no estado –, ressaltou.

No entanto, a senadora lembrou que o governo do estado tem se empenhado nessa luta contra a violência.

– Recentemente, o governo do estado assinou um pacto com o governo federal, que é o programa Juventude Viva, aonde se pretende dialogar com os diversos ministérios e que, no estado vai dialogar com as diversas secretarias. Pretendemos assim ter um impacto maior nesses índices de violência – concluiu.

Um dos estados que registrou a menor taxa nos índices divulgados pelo estudo, foi o estado de São Paulo. Com um número de 15,1% a cada 100 mil habitantes. Para o senador pelo estado, Eduardo Suplicy (PT-SP), tem havido um esforço por parte das autoridades do governo estadual e também dos municípios para diminuir a criminalidade no estado.

– Isso é resultado de programas de maior segurança pública, assim como também, a melhoria econômica e social e a implantação de programas sociais. É necessário que as polícias civil e militar estejam combinadas e bem entrosadas – avaliou.

Suplicy ressaltou a importância da expansão dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, devido ao efeito que os programas causam na sociedade.

— Tenho a convicção de que no dia que instituirmos a renda básica de cidadania, incondicional e universal, nós teremos um efeito muito positivo para a segurança e para a diminuição da criminalidade violenta. Para aquele jovem que às vezes por falta de alternativas para sua sobrevivência, resolve estar no mundo do crime, o dia que esse jovem puder ter o mínimo para suprir as suas necessidades, ele vai pensar melhor antes de partir para a criminalidade – afirmou.

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